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Pode a guerra Israel-Hamas afetar as tensões entre Índia e Paquistão?

© AFP 2023 / Ron BoussoUm soldado israelense dispara um fuzil de assalto TAR-21 em um campo de tiro militar no sul de Israel, 6 de julho de 2009
Um soldado israelense dispara um fuzil de assalto TAR-21 em um campo de tiro militar no sul de Israel, 6 de julho de 2009 - Sputnik Brasil, 1920, 11.10.2023
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Enquanto a Índia e o Paquistão estão em extremos opostos do conflito entre Israel e Palestina, a Sputnik analisa as possíveis implicações da situação nos laços entre os dois vizinhos.
As posições contrastantes da Índia e do Paquistão sobre as crescentes hostilidades entre Israel e Palestina não resultariam na escalada das tensões entre Nova Deli e Islamabad, disse um analista paquistanês.
Os comentários do dr. Zafar Nawaz Jaspal, diretor da Escola de Política e Relações Internacionais da principal Universidade Quaid-i-Azam do Paquistão, em Islamabad, surge na sequência da tomada de lado do Paquistão em função da Palestina — leia-se Hamas — e da liderança indiana expressar solidariedade com Israel.

Em polos distintos

Após o ataque surpresa do Hamas a Israel no sábado (7), o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, classificou os ataques como um ato de terrorismo. Ele reiterou o apoio do seu governo ao Estado judeu em sua "hora difícil" durante um telefonema com o líder israelense Benjamin Netanyahu na terça-feira (10).
Entretanto, o antigo primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, parecia ter apoiado o ataque do Hamas a Israel, embora não tenha mencionado o movimento militar palestino na sua publicação nas redes sociais.
Além disso, ele culpou a "ocupação ilegal de Israel" por incitar o ataque.

"Acabar com a ocupação ilegal de Israel, a expansão dos assentamentos em terras palestinas e a opressão contra palestinos inocentes são fundamentais para a paz, a justiça e a prosperidade na região. Não estou surpreso com os acontecimentos de hoje", escreveu ele no X (anteriormente Twitter).

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"O que mais se pode esperar quando Israel continua negando aos palestinos o seu legítimo direito à autodeterminação e à condição de Estado? O que mais, depois das provocações diárias, dos ataques das forças de ocupação e dos colonos, e dos ataques à Mesquita de Al-Aqsa e a outros locais sagrados do Cristianismo e Islamismo?", adicionou.

Sem chance de escalada entre Índia e Paquistão

Neste contexto, Jaspal sublinhou que o Paquistão sempre apoiou a formação de um Estado da Palestina independente.
"Mas o primeiro-ministro indiano Modi deu meia-volta nos direitos palestinos", disse ele à Sputnik nesta quarta-feira.
O especialista sublinhou que as divisões entre a Índia e o Paquistão sobre o assunto não aumentariam as tensões na vizinhança.
"O conflito não aumentaria as tensões entre a Índia e o Paquistão. Mas aumentaria a militância radicalizada em países islâmicos ou em nações com grandes populações muçulmanas", observou o acadêmico baseado em Islamabad.
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Índia muda de posição sobre o conflito

Curiosamente, tal como o Paquistão, a Índia tem sido uma defensora da causa palestiniana, tendo apoiado ao máximo a solução de dois Estados durante décadas. Mas diante de alegações como a morte de crianças pelos combatentes do Hamas, além de idosos e adolescentes, a barbárie do grupo militante parecia ter desempenhado um papel na resposta indiana à crise.
O analista da Ásia Ocidental baseado em Nova Deli Fazzur Rahman Siddiqui, pesquisador no Conselho Indiano de Assuntos Mundiais (ICWA, na sigla em inglês), criticou a declaração paquistanesa, acusando Islamabad de sempre apoiar o terrorismo.
Segundo ele, o que o Paquistão diz ou faz não é da conta da Índia agora, já que Nova Deli ultrapassou Islamabad.
O analista sublinhou que o que o Paquistão está fazendo é no contexto da sua política interna, onde quer ser visto como o campeão da causa muçulmana, enquanto a Índia denuncia o terrorismo em todas as formas e em todo o mundo.

"Cabe ao Paquistão apoiar o Hamas ou o Talibã [grupo sancionado pela ONU por atividades terroristas] no Afeganistão, mas as suas políticas ou apoio a tais organizações militantes não têm relação com a Índia. Porque Nova Deli tem a sua própria autonomia estratégica, política, diplomática e militar independente", disse Siddiqui em uma conversa com a Sputnik.

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