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ATACMS armados com bombas de fragmentação para a Ucrânia: qual é o seu verdadeiro propósito?

© AP Photo / Ministério da Defesa da Coreia do SulExercícios militares dos EUA e da Coreia do Sul usando o Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS), em 4 de outubro de 2022
Exercícios militares dos EUA e da Coreia do Sul usando o Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS), em 4 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 24.09.2023
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Embora a administração Biden tenha repetidamente considerado o fornecimento de ATACMS à Kiev de potencialmente "escalatório", a Casa Branca teria acenado à entrega de um estoque limitado de armas à Ucrânia esta semana.
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, recebeu a promessa de Sistemas de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS) de longo alcance capazes de transportar bombas de fragmentação (ou cluster) durante sua recente visita a Washington de acordo com a imprensa dos EUA. Mas os especialistas sublinham que vão ser inúteis na contraofensiva de Kiev, então o que está por trás desta medida?

O Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS) é um míssil balístico tático superfície-superfície, guiado inercialmente, fabricado pela empresa de defesa norte-americana Lockheed Martin. Esses mísseis possuem um alcance de ataque de 300 quilômetros. Os ATACMS foram amplamente utilizados na Operação Tempestade no Deserto (1991) e durante a invasão do Iraque pelos EUA.

Os alvos potenciais destas armas poderiam incluir quartéis-generais de comando, depósitos de armas e redes de abastecimento, e ferrovias. No entanto, Washington supostamente vai fornecer a Kiev uma versão armada com submunições de fragmentação, em vez de uma única ogiva, segundo a imprensa norte-americana.
A decisão da Casa Branca suscita preocupações, segundo observadores americanos.
Em primeiro lugar, a entrega de armas de fragmentação dos EUA à Ucrânia já suscitou críticas de progressistas norte-americanos e de ativistas europeus dos direitos humanos. Mísseis de longo alcance armados com munições de fragmentação disparados pelos militares ucranianos significariam definitivamente mais vítimas civis nos novos territórios da Rússia e na Crimeia. A Ucrânia tem um longo histórico de utilização de munições fragmentação contra áreas residenciais. Da mesma forma, o regime de Kiev tem utilizado repetidamente Storm Shadows de longo alcance britânico-francês contra infraestruturas civis, incluindo estradas, pontes e edifícios.
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Em segundo lugar, a mídia dos EUA cita observadores militares americanos dizendo que o maior problema da Ucrânia "não está a 100 quilômetros de distância, está a um quilômetro à frente deles com os campos minados" colocados pelos russos. Assim, mesmo que os ATACMS sejam entregues dentro de algumas semanas à Ucrânia, isso não vai ajudar Kiev a romper as linhas de defesa multicamadas da Rússia. Na verdade, segundo os observadores, isso não vai mudar em nada o status quo no campo de batalha.
Terceiro, a mídia dos EUA sugere que, aparentemente, Kiev queria que ATACMS armados com ogivas lançassem ataques contra os grandes ativos civis ou militares da Rússia, a fim de infligir danos materiais consideráveis, mas em vez disso poderia obter uma arma antipessoal. Não se pode eliminar alvos grandes e de alto valor com munições cluster, destacam analistas de inteligência americanos.
Tendo em conta as observações destacadas, as entregas de ATACMS de Washington para a Ucrânia parecem ter valor estratégico zero para o Exército ucraniano. Contudo, por outro lado, enquadram-se na lógica de Washington e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), conforme explicado pelo antigo oficial de inteligência da Marinha, Scott Ritter, no início deste mês.
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Falando à Sputnik, Ritter destacou que os objetivos da OTAN na guerra por procuração que se desenrola não coincidem realmente com os dos militares ucranianos que procuram tomar antigas terras ucranianas que se juntaram voluntariamente à Rússia. O objetivo da OTAN não é tanto alcançar uma vitória militar decisiva no campo de batalha, mas infligir tanta dor quanto possível aos russos.

"A OTAN [argumenta] — e ouvimos isto repetidamente na retórica dos políticos americanos, seja o senador Lindsey Graham ou Nikki Haley concorrendo ao cargo, [além de] outros por aí ecoando a mesma coisa — que o gasto do dinheiro dos contribuintes dos EUA em apoio à Ucrânia é dinheiro bem gasto porque estamos matando russos e nenhum americano está morrendo. Agora, o que fica de fora desta equação perversa são os ucranianos que estão morrendo. Mas para os Estados Unidos e a OTAN, isso simplesmente não importa", disse Ritter.

Os EUA e a OTAN podem estar por trás dos ataques terroristas de Kiev às instalações nucleares, instalações civis e áreas residenciais da Rússia, como sugeriram especialistas militares e de inteligência russos e estrangeiros em entrevistas à Sputnik. Apesar do Ocidente negar a participação nesses ataques, foram as forças de inteligência de alto nível dos EUA e da OTAN que forneceram dados sensíveis e coordenadas aos militares ucranianos, sublinharam repetidamente os interlocutores da Sputnik. Esta agenda anti-humanitária pode muito bem estar por trás da lógica de Washington para enviar mísseis cluster de longo alcance para Kiev.
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