Operação militar especial russa

Zelensky minimiza perdas do Exército ucraniano para conseguir mais dinheiro do Ocidente

O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, afirmou que apenas 31 mil soldados ucranianos foram mortos desde o início da operação militar especial da Rússia. Esses números são realistas? O que está por trás da avaliação de Zelensky? Em entrevista no último domingo (27), o presidente voltou a implorar por mais dinheiro e armas aos seus apoiadores.
Sputnik
"Se a Ucrânia perder dependerá de vocês, nossos parceiros, o mundo ocidental", disse ele à CNN. "Não perderemos esta guerra se recebermos as armas. Nós venceremos." A entrevista de Zelensky ocorreu logo após o controle russo sobre a cidade de Avdeevka, na região de Donetsk, quando o Exército ucraniano foi forçado a recuar ainda mais.
As Forças Armadas continuam perdendo terreno desde o fracasso da contraofensiva de verão do regime de Kiev. A tentativa resultou sozinha em 159 mil baixas, entre soldados ucranianos mortos e feridos, de acordo com o Ministério da Defesa russo.
Ainda assim, o presidente ucraniano insistiu, em uma coletiva de imprensa em Kiev no domingo, que a Ucrânia perdeu apenas 31 mil militares desde o início do conflito. Porém contradisse a avaliação de autoridades dos EUA de que a Ucrânia já havia perdido, até o meio do ano passado, quase 70 mil, fora os feridos, entre 100 mil e 120 mil, observou Aleksandr Mikhailov, analista e chefe de análise militar-política na Rússia à Sputnik.
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Em agosto de 2023, Douglas Macgregor, coronel aposentado do Exército dos Estados Unidos e analista político, sugeriu, em entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, que as perdas reais da Ucrânia totalizavam 400 mil. "Isso foi dito antes da batalha por Avdeevka e outras batalhas importantes", disse Mikhailov à Sputnik.

"A declaração de Zelensky nesse contexto deve ser vista como um sinal de medo do povo ucraniano. Ele mentiu repetidas vezes. Aparentemente ele mente e fala sobre 31 mil mortos para reduzir a responsabilidade social pelo que está acontecendo", observou.

O analista referiu-se a relatos de que autoridades de Kiev estavam deliberadamente subestimando as perdas ucranianas para evitar o pagamento de compensação às famílias dos mortos.
Ao mirar o público doméstico em seu discurso, o presidente ucraniano também procurou tranquilizar os espectadores ocidentais de que a Ucrânia ainda tem mão de obra suficiente — e que tudo o que precisa para vencer são mais dinheiro e armas.

"No geral, a declaração de Zelensky foi tão sem sentido e implausível que acho que causará uma ampla ressonância, inclusive na Ucrânia", enfatizou Mikhailov.

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Plano da contraofensiva foi vazado para a Rússia

O analista também considerou "irônicos" os comentários de Zelensky sobre uma mudança de estratégia, dada sua afirmação de que o plano de contraofensiva de verão da Ucrânia foi descoberto pela Rússia. "Nossos planos de ação de contraofensiva estavam na mesa do Kremlin antes de as ações de contraofensiva começarem", disse o presidente.

"Ao afirmar que os russos sabiam sobre a contraofensiva, ele pode estar esfregando o nariz da inteligência dos EUA nisso. Porque os americanos agora controlam muitos processos: agências de inteligência ocidentais controlam todos os planos de Kiev. E, portanto, se foi vazado, significa que eles perderam", declarou Mikhailov.

A reivindicação de Zelensky "mostra o quão bem a inteligência russa funciona", observou ele com humor. "Por outro lado, o que ele poderia dizer, dado que a contraofensiva falhou? Aqui, não importa o quanto você minta, todos veem o fracasso da contraofensiva, todos sabem disso e todos estão discutindo. Você não pode esconder."
Segundo Mikhailov, Zelensky está tentando justificar os fracassos do regime de Kiev e do Exército ucraniano — e então ele sugere que os russos sabiam de tudo antecipadamente e atribui suas derrotas a isso. O analista disse ser patético como a liderança ucraniana joga o jogo da culpa.

"Ele finge que está lutando pela democracia, pela Europa e pela América. 'Me dê dinheiro, me dê armas, continuarei a lutar até o último ucraniano.' Então acho que ele continuará fazendo tais declarações, que são mesquinhas aos olhos dos especialistas", concluiu Mikhailov.

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