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Por que a Marinha da Rússia tem tomado medidas duras no mar Negro para garantir segurança?

© SputnikNavios de guerra navegam durante o desfile do Dia da Marinha Russa, em São Petersburgo, Rússia
Navios de guerra navegam durante o desfile do Dia da Marinha Russa, em São Petersburgo, Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 14.08.2023
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Moscou tem tomado decisões como a suspensão do acordo de grãos e aumento da patrulha do mar Negro por questões de segurança, uma vez que a Ucrânia realiza diversos ataques de sabotagem na região.
Em 17 de julho, o acordo de grãos do mar Negro expirou e a Rússia decidiu não o prorrogar, uma vez que o acordo nunca foi implementado em sua totalidade pelo Ocidente coletivo.
Uma das questões não implementadas foi a da segurança, prova disso recente aconteceu em 13 de agosto quando o navio-patrulha russo Vasily Bykov detectou o cargueiro Sukra Okan sob a bandeira de Palau que se deslocava na parte sudoeste do mar Negro em direção ao porto de Izmail em território ucraniano, de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia.
O capitão do navio ignorou o pedido de parada para inspeção, levando os marinheiros russos a abrirem fogo de alerta. Como resultado das comunicações de rádio, o cargueiro permitiu que um helicóptero Ka-29 com um grupo de militares russos pousasse e verificasse se a embarcação transportava itens proibidos.
Vasily Dandykin, especialista militar russo e capitão do 1º escalão da reserva, disse em entrevista à Sputnik que a Rússia tem o direito de parar o navio e realizar inspeções porque esta zona do mar Negro que foi declarada "zona da operação militar especial" e arriscada para transportar produtos depois que Moscou desistiu do acordo de grãos.
"Após a suspensão da participação [da Rússia] no acordo de grãos [...] Moscou anunciou que todos os navios que estavam se movendo para a Ucrânia seriam de interesse russo do ponto de vista militar, uma vez que representam um certo perigo [...], este navio poderia transportar carga militar, isso é óbvio. Certamente o corredor [para exportação dos grãos] também foi usado para isso [entrega de armas], incluindo drones de superfície", disse Dandykin.
Além de esnobar as cláusulas do acordo que previa a transferência de grãos e fertilizantes da Rússia, o corredor humanitário foi cinicamente usado para o contrabando de armas para a Ucrânia e para a realização de ataques terroristas contra o território russo.
"A rescisão do acordo de grãos foi uma decisão absolutamente correta. Sob seu disfarce, armas, munições e mísseis de longo alcance foram entregues à Ucrânia", disse Leonid Ivlev, membro da Duma Estatal da região da Crimeia, à Sputnik no mês passado.
Anteriormente, o Serviço Federal de Segurança (FSB) russo encontrou vestígios de explosivos em navios de carga estrangeiros que visitavam os portos ucranianos de Odessa e Kiliya.
De acordo com especialistas militares, os sabotadores ucranianos aproveitaram novamente o acordo do mar Negro para realizar o ataque terrorista na ponte da Crimeia em julho de 2023 com o uso de vários drones marítimos.
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A OTAN interferirá para aumentar as tensões no mar Negro?

Para Dandykin a chance da Aliança Atlântica se envolver na situação é baixa, uma vez que não vai querer "perder sua reputação no mar Negro".
"Acho que a OTAN não vai interferir nesta situação, porque este não é mais apenas um conflito [da Ucrânia], é uma situação diferente. A Turquia fechou os estreitos para os países da OTAN que não fazem fronteira com o mar Negro. As frotas militares dos turcos, búlgaros e romenos poderiam ser posicionadas no mar Negro [...]. Ainda assim, novos navios de guerra não podem agora entrar na Frota do Mar Negro através dos estreitos [...]. Acho que nem a Turquia nem a OTAN violariam esse status quo. Não acho que eles queiram perder sua reputação no mar Negro", afirmou Dandykin.
Segundo o militar, é óbvio que a OTAN e os EUA querem obter controle na região junto ao "seu procurador ucraniano". Ele observou que isso faz parte de uma estratégia mais ampla de privar o acesso russo a mares quentes, referindo-se ao fato de que, após a adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN, o mar Báltico se transformou de fato na "lagoa" do bloco.
"Bem, vamos esperar para ver. Acho que nossos marinheiros do mar Negro estão prontos para qualquer desenvolvimento a esse respeito. Se você definir uma tarefa, eles a cumprirão com base nas forças que têm agora. Acho que eles têm recursos suficientes para parar a ameaça", concluiu Dandykin.
Ao refletir sobre o risco de escalada na região, o especialista acredita que Kiev tentará aumentar as apostas. Ele não descartou que até 23 de agosto, Dia da Independência da Ucrânia, o regime de Kiev realize mais um ataque de sabotagem contra a Rússia no mar Negro usando drones, em particular.
Por todas essas questões, cabe a Moscou tomar medidas mais duras no mar Negro para garantir a segurança.
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