Panorama internacional

Nicarágua corta relações com Equador e oposição pede renúncia do governo após invasão à embaixada

O governo da Nicarágua cortou relações diplomáticas com o Equador na sequência da invasão à Embaixada do México em Quito. Em resposta ao incidente diplomático, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos convocou uma reunião de emergência para deliberar sobre o assunto.
Sputnik
Na noite de 5 de abril, a polícia equatoriana entrou à força na embaixada do México em Quito e levou embora o ex-vice-presidente Jorge Glas, condenado por corrupção. Glas estava escondido no edifício diplomático desde dezembro do ano passado.
"Após as ações impensáveis e repreensíveis levadas a cabo nesta noite em Quito por forças que deveriam proteger a ordem e a segurança dos cidadãos equatorianos e as suas vidas, a nossa condenação forte e irrevogável traduz-se numa decisão soberana de cortar todas as relações diplomáticas com o governo do Equador", disse o governo da Nicarágua.
O país já havia retirado sua embaixada do país em setembro de 2020 e, com esse movimento, formalizou o rompimento de todas as relações diplomáticas.
"Expressamos mais uma vez nosso respeito caloroso e consistente pelo querido povo equatoriano, que enfrenta tempos de crueldade inimaginável, e reafirmamos nosso compromisso com o direito internacional e as convenções que regem as relações civilizadas entre Estados e governos", afirmou o governo de Daniel Ortega.
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México confirma que seu pessoal diplomático em Quito está retornando em voos comerciais.

"Por instruções do presidente López Obrador, nosso pessoal diplomático está retornando ao México de Quito via voos comerciais, com o apoio de embaixadas amigas", escreveu a ministra mexicana das Relações Exteriores, Alicia Bárcena, em suas redes sociais.
"Família, amigos e compatriotas: o México sempre zelará pela sua segurança e pelo respeito aos seus direitos!", acrescentou.
Horas antes, o encarregado da missão diplomática mexicana no Equador, Roberto Canseco, foi agredido pela polícia equatoriana que invadiu a embaixada mexicana em Quito para deter o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que havia solicitado asilo ao governo de López Obrador devido a possível "perseguição política".
O movimento de esquerda Revolução Cidadã, que faz oposição ao governo equatoriano, pediu a renúncia do presidente do país.
"Dados os fatos que demonstraram a incapacidade do presidente Daniel Noboa para governar o país, exigimos que apresente a sua demissão do cargo de Presidente da República", disse Luisa González, presidente do Movimento Revolução Cidadã, em coletiva de imprensa.
As críticas ao governo de Noboa não vêm somente de campos ideológicos contrários ao seu. Neste sábado (6), a Organização dos Estados Americanos (OEA) manifestou seu repúdio pela violação dos preceitos diplomáticos pela administração de Noboa.

Argentina condena invasão

A Argentina, governada por Javier Milei, também condenou a invasão à Embaixada do México. "A Argentina se junta aos países da região na condenação do que aconteceu ontem à noite na Embaixada do México no Equador", disse o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
O governo argentino exigiu também que sejam preservadas "as obrigações decorrentes da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas" de 1961, que consagra a inviolabilidade das embaixadas.
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CELAC convoca reunião emergencial

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), assim como diversos Estados e organizações, também expressou sua condenação ao incidente na Embaixada mexicana e convocou uma reunião emergencial nos dias 8 e 9 de abril para discutir a crise diplomática deflagrada pelo Equador.

"Dada a evidente violação da Convenção Americana sobre Asilo e da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas por parte do Governo do Equador, ao assumir à força a Embaixada mexicana em Quito, convoco com urgência a Troika da CELAC", disse a presidente hondurenha, Xiomara Castro.

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