Operação militar especial russa

Ministro da Justiça ucraniano propõe dar pás a prisioneiros mobilizados

O ministro da Justiça ucraniano, Denis Malyuska, propôs neste domingo (18) dar pás aos prisioneiros no caso de serem mobilizados para as Forças Armadas ucranianas.
Sputnik
Malyuska disse anteriormente que pelo menos 50 mil homens em idade militar com antecedentes criminais estão fora do campo de ação dos conselhos de recrutamento ucranianos e não estão registrados nas Forças Armadas.
O ministro afirmou que o serviço no Exército ucraniano neste momento não se trata apenas de combates reais, mas também de todos os tipos de outros trabalhos, como a construção de infraestrutura.
"Acho difícil imaginar que tipo de perigo representam para as Forças Armadas ucranianas aqueles que foram condenados por violar as regras de trânsito com consequências indesejadas ou aqueles que, por exemplo, cometeram um ato de corrupção, no caso de passarem a integrar as forças ucranianas. Eles certamente não gostariam de matar seus companheiros com uma metralhadora [...]. Se não quisermos — ou não pudermos ou acharmos muito arriscado — dar a eles uma arma, vamos dar uma pá", disse o ministro da Justiça na televisão pública ucraniana.
Na Ucrânia, duas categorias de cidadãos não são atualmente mobilizados: os que estão presos e aqueles que não estão na prisão mas foram condenados, disse o ministro da Justiça, acrescentando que estas pessoas continuam as suas atividades normais e não são recrutadas para o Exército.
O legislador ucraniano Aleksei Goncharenko afirmou no início deste mês que estavam em curso trabalhos sobre um projeto de lei sobre o reforço da mobilização na Ucrânia, que previa o recrutamento de prisioneiros.
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O projeto de lei de mobilização preparado pelo governo ucraniano foi apresentado à Suprema Rada (parlamento ucraniano) no dia 30 de janeiro. A mídia ucraniana informou que o documento obriga as pessoas sujeitas ao serviço militar a se apresentarem aos comissariados militares no prazo de 60 dias, podendo ser impedidas de viajar para o exterior, ser privadas do direito de conduzir um veículo ou ver as suas contas bancárias penhoradas se não o fizerem. No entanto, não implica a convocação de pessoas com deficiência e define claramente as obrigações dos mobilizados durante a lei marcial, segundo os relatos.
Vários parlamentares consideraram o projeto de lei inaceitável e inconstitucional e disseram que a sua adoção seria um crime contra a Ucrânia.
A lei marcial foi introduzida na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. No dia seguinte, o presidente ucraniano Vladimir Zelensky assinou um decreto sobre a mobilização geral. Sob a lei marcial, homens com idade entre os 18 e 60 anos estão proibidos de deixar a Ucrânia.
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