Panorama internacional

Especialista afirma que 'os Estados Unidos justificarão qualquer crime israelense'

Os Estados Unidos vão sempre apoiar Israel e nunca deixarão de apoiar o seu principal aliado, não só no Oriente Médio, mas também no cenário mundial, disse o cientista político Konstantin Blokhin à Sputnik. Não há outras declarações que Biden possa fazer, esta é a corrente dominante, enfatizou.
Sputnik
Perante não apenas dificuldades econômicas, mas também problemas de grande envergadura no complexo industrial-militar, aliados a uma situação tensa no interior do Estado, o mais fácil é atribuir todos os seus problemas a um inimigo externo, argumenta o analista político do Centro para o Estudo de Problemas de Segurança da Academia de Ciências da Rússia Konstantin Blokhin. Por esta razão, o líder norte-americano, Joe Biden, está tentando consolidar todo o Ocidente, os seus aliados europeus em uma base antirrussa e os seus aliados asiáticos em uma base anti-China.
Segundo o especialista, Biden não pode fazer declarações da mesma forma que o ex-presidente norte-americano Donald Trump.
"Foi Trump quem acreditou que as capacidades dos Estados Unidos no mundo são limitadas, por isso devem negociar com a Rússia", enfatizou Blokhin.
Pelo contrário, Biden pensa diferente, indica o especialista. Para o presidente dos EUA, as possibilidades do seu país no mundo são imensas, "uma nação excepcional com uma missão especial de dominar o mundo".
"[Os EUA] sairão vitoriosos de todas as batalhas geopolíticas. Esta é a trajetória do pensamento de Biden. E esta é a trajetória em que a maior parte da classe dominante americana acredita", explicou o analista.
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A principal questão no conflito israelo-palestino não é quais as armas o Hamas possui, ou mesmo até que ponto Israel é culpado. Tel Aviv é o aliado mais próximo de Washington, não só no Oriente Médio, mas também na cena mundial. Portanto, "os EUA vão justificar qualquer crime israelense", concluiu Blokhin.
Em outubro, Biden deixou claro em uma coletiva de imprensa que a política do seu país é muito simples: Tel Aviv vai continuar sendo seu aliado incondicional, prometeu "apoiar Israel" após o ataque de 7 de outubro e prometeu aumentar a ajuda militar ao Estado judeu. O Pentágono reforçou mais uma vez os seus meios militares na região, enviando porta-aviões, um submarino com propulsão nuclear, caças, sistemas de defesa antiaérea e armas em apoio a Israel.
"Os Estados Unidos estão ao lado do povo de Israel face a estes ataques terroristas [do Hamas], nunca deixaremos de apoiar Israel", disse o presidente.
Mas o aumento do número de mortos na Faixa de Gaza e a recente promessa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de reocupar a Faixa de Gaza causaram "uma mudança acentuada no discurso político dos EUA a favor de Israel e podem afetar o legado de Biden".
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