Panorama internacional

Apoio árabe à causa palestina cresce após ataque do Hamas contra Israel

Em cidades e países do mundo árabe, uma onda de solidariedade ao povo palestino foi percebida após os ataques do Hamas contra Israel, que levaram a um conflito sem precedentes na região. De Ramallah a Beirute, de Damasco ao Cairo, o apoio à "resistência" contra a ocupação de territórios pelos israelenses é lembrado a todo momento.
Sputnik
É o caso de Farah al-Saadi, um vendedor de café de 52 anos de Ramallah, na Cisjordânia ocupada por Israel. Em entrevista à AFP, ele disse que durante toda a vida viu "Israel nos matar, confiscar as nossas terras e prender nossos filhos".
"Fiquei satisfeito com o que o Hamas fez", contou o homem, que tem um filho detido em Israel. Ele ainda enfatizou que já temia a escalada da retaliação, principalmente na região da Faixa de Gaza.
Só nesta terça-feira (10), mais de 4 mil pessoas foram ao Centro de Amã, na Jordânia, para demonstrar apoio ao Hamas. Diversas pessoas entoavam "De Gaza veio a voz, revolução, revolução até a morte".
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Outros apoiadores palestinos em Beirute, capital do Líbano, distribuíram doces após os ataques terem atingido várias cidades de Israel. Os dois países vivem tecnicamente em guerra há 22 anos, e o sul libanês é ocupado por tropas israelenses.
O ataque-surpresa do Hamas aconteceu no último sábado (7), durante um feriado. Após combatentes se infiltrarem em comunidades ao sul de Israel, pelo menos 900 pessoas foram mortas a tiros, incluindo jovens que participavam de um festival no deserto. Do outro lado, com os bombardeios a Gaza, pelo menos 765 pessoas já morreram.
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Fogos de artifício

Na cidade portuária de Sidon, também no Líbano, moradores soltaram fogos de artifício e se reuniram em praças públicas em prol dos "combatentes da resistência palestina". Na Universidade Americana de Beirute, o estudante palestino Reem Sobh, de 18 anos, afirmou à AFP que não pode portar armas, mas pode "apoiar" o movimento Hamas.

Em uma rede social, a comediante libanesa Shaden Fakih comentou a onda de apoio. "O que esperavam dos palestinos? Serem mortos todos os dias e não fazerem nada a respeito? Morrerem silenciosamente?", disse em um vídeo.

"Eles portarão armas e reagirão. Esse é o seu direito", acrescentou ela, observando que "pode ​​ser contra o Hamas e ainda apoiar qualquer resistência armada contra o opressor, contra o apartheid israelense".
Em Damasco, na Síria, a bandeira palestina foi hasteada. Para a funcionária universitária Marah Suleiman, 42, o ataque "despertou um sentimento que não era movido há muitos anos e reavivou o espírito de resistência". Já na Tunísia, partidos políticos e até a presidência declararam "apoio total e incondicional ao povo palestino".
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Até no Egito, que proíbe protestos não autorizados, jogos de futebol foram transformados em demonstrações de solidariedade aos palestinos.
Nas redes sociais dos Emirados Árabes Unidos, também não faltaram declarações. O analista Abdulkhaleq Abdulla descreveu os ataques de Israel a Gaza como uma "campanha de genocídio".
No Bahrein, os manifestantes cobriram os rostos, alguns com keffiyehs palestinos, durante comícios quase diários e não autorizados. "Apoiaremos sempre os nossos irmãos na Palestina", disse um manifestante de 29 anos, falando sob condição de anonimato.
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