Chefe da Rheinmetall insta Europa a construir campeões da defesa: EUA 'não vão vir em nosso auxílio'

© AP Photo / Martin MeissnerSede do maior fabricante de armas da Alemanha, Rheinmetall AG, retratada em Dusseldorf, Alemanha, na segunda-feira, 23 de janeiro de 2023.
Sede do maior fabricante de armas da Alemanha, Rheinmetall AG, retratada em Dusseldorf, Alemanha, na segunda-feira, 23 de janeiro de 2023. - Sputnik Brasil, 1920, 01.04.2024
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Para o líder da Rheinmetall, os Estados da União Europeia (UE) precisam estimular a consolidação de uma indústria militar pujante para rivalizar com grupos dos EUA.
De acordo com o Financial Times (FT), o chefe do maior empreiteiro militar da Alemanha, Armin Papperger, instou os países europeus a abandonarem suas preferências nacionais para construírem conglomerados de defesa mais especializados para competir com os rivais dos EUA.

Em recente entrevista ao FT, Armin Papperger disse que "não faz muito sentido se, digamos, escolhermos a segunda ou terceira melhor tecnologia porque uma nação a quer" por razões nacionalistas, uma discussão intensa em nível governamental.

Os líderes da UE têm se esforçado para reforçar a cooperação no domínio da defesa que foi frustrada pela fragmentação da indústria. Para além disso, as empresas do setor competem entre si, e as reservas orçamentárias são controladas individualmente já que interessa aos governos manter o controle das cadeias de abastecimento estratégicas, das fábricas, dos empregos e da vantagem tecnológica.
Segundo a apuração, a cooperação transfronteiriça bem-sucedida MBDA — maior fabricante de mísseis da Europa — da BAE Systems do Reino Unido e do grupo aeronáutico europeu Airbus é um excelente exemplo para os Estados europeus. Cada um deles tem uma participação de 37,5%, sendo o restante detido pela Leonardo da Itália.
A pressa da Europa em ganhar velocidade na corrida armamentista estimulada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em sua guerra por procuração na Ucrânia contra a Rússia, tem estimulado o mercado e rentabilizado o setor para empresas como a Rheinmetall, que também fabrica veículos de combate de infantaria, drones de combate e a arma de cano liso instalada no tanque Leopard 2.
O secretário-geral da OTAN Jens Stoltenberg, ao centro, a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, à direita, e o presidente do Conselho Europeu Charles Michel, à esquerda, apertam as mãos após assinarem uma Declaração Conjunta sobre a Cooperação OTAN-UE na sede da OTAN em Bruxelas, 10 de janeiro de 2023. - Sputnik Brasil, 1920, 21.03.2024
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Desde o início da operação militar especial, a empresa espera ter uma carteira de encomendas de membros da OTAN e dos seus aliados no valor de € 60 bilhões (cerca de R$ 324,3 bilhões) até o final de 2024.
No ano passado, a Rheinmetall concluiu a aquisição da sua rival espanhola Expal, por € 1,2 bilhão (aproximadamente R$ 6,5 bilhões), o que consolidou a sua posição de liderança na cadeia de fornecimento de munições. No dia 18 de março, concordou com a aquisição da Reeq, um fabricante holandês de veículos terrestres não tripulados utilizados em combate, por um montante não revelado.
A Alemanha tem estado otimista em relação ao reaquecimento de sua indústria de defesa e encabeçado uma iniciativa para reproduzir o sistema de defesa aérea de Israel, a Cúpula de Ferro. Embora empreiteiros de defesa alemães tenham reclamado da falta de pedidos concretos de Berlim, Papperger disse que a Rheinmetall conseguiu aumentar a capacidade da empresa rapidamente graças a investimentos em novas linhas de produção.

"Sempre pensei que a vida é perigosa e que o mundo é perigoso", disse Papperger, que está na Rheinmetall desde 1990. "É por isso que investimos cedo", acrescentou, apontando para investimentos na Hungria, Austrália e Reino Unido, lembrando que se Donald Trump se tornar presidente dos EUA, "a pressão será maior" sobre a Alemanha, uma vez que "os EUA se concentram mais na área da Ásia-Pacífico do que na Europa".

Nas últimas décadas, os líderes europeus tinham como certo que os EUA viriam em socorro do continente em caso de ameaça militar, mas "isso já não acontecerá", concluiu Papperger.
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