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Com redução de auxílios, poder de fogo da Ucrânia se mostra cada vez menor; fraqueza ditará caminho?

© AP Photo / Alamy Stock Photo / LibkosSoldados da Brigada de Assalto do 3º Exército Ucraniano das Forças de Operações Especiais (SSO) "Azov" em uma trincheira posicionada perto de Bakhmut, região de Donetsk. Ucrânia, 11 de fevereiro de 2023
Soldados da Brigada de Assalto do 3º Exército Ucraniano das Forças de Operações Especiais (SSO) Azov em uma trincheira posicionada perto de Bakhmut, região de Donetsk. Ucrânia, 11 de fevereiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 24.11.2023
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A Ucrânia enfrentou a dura realidade de um déficit de projéteis de calibre 155 mm após o início da operação terrestre de Israel na Faixa de Gaza. Quanto tempo mais a Ucrânia aguentará?
À imprensa ocidental, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, reclamou que as entregas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de projéteis de 155 mm diminuíram desde o início do conflito entre Israel e o Hamas.

"Elas realmente diminuíram", disse o presidente ucraniano. "Não é como se os Estados Unidos tivessem dito: não vamos entregá-los à Ucrânia. Não. Acontece que todos estão lutando por eles [os arsenais]", complementou.

Publicações dos Estados Unidos citam autoridades ucranianas dizendo que o fornecimento de projéteis de artilharia despencou recentemente "em mais de 30%". Por outro lado, os responsáveis pela defesa dos Estados Unidos sustentam que a redução nas entregas de munição não tem "absolutamente nada a ver com o que está acontecendo em Gaza".
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"Na verdade, há uma diminuição acentuada na intensidade do fogo [na zona de conflito]", disse à Sputnik Anatoly Matviychuk, especialista militar e coronel reformado, com experiência em operações de combate no Afeganistão e na Síria.
"Afinal, a Ucrânia não tem capacidade para produzir munições ocidentais. Agora eles têm um problema. Eles poderiam ter produzido projéteis soviéticos, mas suas capacidades industriais foram destruídas por ataques à infraestrutura [da Rússia]. Quero dizer, [Zelensky] realmente tem problemas com a intensidade do fogo", continuou.
Matviychuk detalhou que a Rússia utiliza atualmente cerca de 25 mil a 50 mil projéteis de vários calibres por dia. Os ucranianos respondem agora com apenas 7 mil a 11 mil projéteis, segundo o especialista.
Em vez disso, concentraram-se mais em atividades terroristas, disparando contra civis. O coronel reformado observou que, embora os militares ucranianos continuem a bombardear intensamente áreas residenciais de Donbass, sua atividade na frente tem diminuído constantemente.
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"E ele não tem superioridade aérea", continuou o coronel aposentado. Segundo ele, o poder de fogo da artilharia [da Ucrânia] e das armas de longo alcance fornecidas pelo Reino Unido, pelos Estados Unidos e pela Alemanha tem diminuído.

"Acredito que em um futuro próximo — especialmente durante as geadas de inverno — começarão a sofrer derrotas em termos de poder de fogo. As perdas já são altas." [O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor] "Konashenkov costumava nos dizer que 100, 200 morreram, mas agora os números são loucos: 600, 700, 800, 1000. Como militar, eu entendo que essas perdas são bastante críticas", crava.

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Para complicar ainda mais a situação, os fundos ucranianos anteriormente destinados por Washington com a aprovação do Congresso já estão relativamente esgotados, é o que pontua o coronel.
O mais recente pacote de ajuda militar dos Estados Unidos, de US$ 100 milhões (equivalente a R$ 480 milhões), anunciado pelo secretário de Defesa Lloyd Austin durante a sua recente visita a Kiev, provém do fundo existente. Entretanto, os congressistas republicanos se opõem a um novo pacote de ajuda de US$ 61 bilhões (R$ 293 bilhões) para a Ucrânia, solicitado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
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No início de novembro, a Câmara dos Representantes, controlada pelo Partido Republicano, aprovou um projeto de lei elaborado pelos republicanos para fornecer US$ 14,3 bilhões (R$ 68,6 bilhões) em ajuda militar a Israel, deixando de fora a Ucrânia. Mais tarde, o Senado dos Estados Unidos bloqueou a iniciativa numa tentativa de forçar o Partido Republicano a considerar um pacote combinado de ajuda israelense-ucraniana.

A Europa fornecerá mais munições a Kiev?

Na semana passada, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, admitiu que é pouco provável que a União Europeia (UE) cumpra seu objetivo anual de enviar um milhão de projéteis de artilharia para a Ucrânia até março próximo. Entretanto, a verdade é que a Ucrânia tem consumido munições mais rapidamente do que os Estados Unidos e seus aliados da OTAN conseguem produzi-las.

"Agora os armazéns estão vazios ou há um mínimo legal que determinado Estado não pode oferecer. E isso não é suficiente", disse Zelensky a repórteres na semana passada em Kiev.

Segundo Matviychuk, o esgotamento dos arsenais militares da UE é apenas parte do problema: os europeus têm dúvidas se devem fornecer mais munições e dinheiro à Ucrânia.
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