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Cúpula no Egito: chanceler brasileiro diz que país está pronto para apoiar esforços pela paz

© AFP 2023 / Angela WeissO chanceler brasileiro, Mauro Vieira, fala durante reunião do Conselho de Segurança de alto nível sobre a situação na Ucrânia, à margem da 78ª Assembleia Geral da ONU, na sede da ONU na cidade de Nova York, em 20 de setembro de 2023
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, fala durante reunião do Conselho de Segurança de alto nível sobre a situação na Ucrânia, à margem da 78ª Assembleia Geral da ONU, na sede da ONU na cidade de Nova York, em 20 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 21.10.2023
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Após participar da Cúpula da Paz no Egito neste sábado (21), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse que o país está pronto para apoiar os esforços por um fim do conflito entre Hamas e Israel. Os confrontos se concentram na Faixa de Gaza e já deixaram mais de 5,5 mil mortos, a maioria mulheres e crianças.
O encontro aconteceu no Cairo e reuniu ministros, presidentes e representantes de quase 20 nações, terminando sem um acordo: enquanto Estados árabes e muçulmanos apelaram ao fim imediato da ofensiva de Israel e o cessar-fogo, países ocidentais manifestaram em sua maioria objetivos mais modestos, como a ajuda humanitária aos civis.
"O governo brasileiro rejeita e condena inequivocamente os ataques terroristas perpetrados pelo Hamas em Israel no dia 7 de outubro, bem como a tomada de reféns civis. Cidadãos brasileiros estão entre as vítimas, três deles foram assassinados em Israel", declarou o chanceler à Agência Brasil.
Para Vieira, os bombardeios que atingem a população em Gaza são de extrema preocupação, incluindo a destruição de estruturas como escolas e até hospitais.

"A comunidade internacional deve exercer os máximos esforços diplomáticos para garantir o rápido estabelecimento de corredores e pausas humanitárias e um cessar-fogo imediato. A crise atual exige uma ação humanitária multilateral urgente para acabar com o sofrimento dos civis apanhados no meio das hostilidades", disse o ministro, que representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no encontro.

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Ministro pediu diálogo

O chanceler brasileiro lembrou ainda que, durante a presidência do país no CSNU, foram convocadas sessões de emergência para viabilizar um cessar-fogo e o Brasil sempre defendeu o diálogo entre os envolvidos no conflito. Apesar disso, a resolução só não foi aprovada pelos Estados Unidos que, como membro permanente, tem poder de veto.
Ao todo, o projeto recebeu 12 votos favoráveis dos 15 países do conselho, o que é "prova do amplo apoio político a uma ação rápida por parte do Conselho. Acreditamos que esta visão é partilhada pela comunidade internacional em geral."
"Temos de encontrar formas de desbloquear a ação multilateral. O Brasil não poupará esforços nesse sentido. [...] A paralisia do Conselho de Segurança terá consequências prejudiciais para a segurança e as vidas de milhões de pessoas. Isto não é do interesse da comunidade internacional", acrescentou.

Brasil preside debate trimestral

Já na próxima terça-feira (24), o Brasil vai presidir o debate trimestral do CSNU que, mais uma vez, terá como foco a questão Israel-Palestina e a busca de uma saída imediata.

"A simples gestão do conflito não é uma alternativa aceitável. Só a retomada de negociações eficazes poderá trazer resultados concretos para a implementação da solução de dois Estados, em conformidade com todas as resoluções relevantes da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança, com Israel e a Palestina a viverem em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e reconhecidas internacionalmente", resumiu.

Estratégia coletiva

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, também esteve presente na cúpula e defendeu a necessidade urgente de uma ação coletiva para enfrentar a guerra. Só em Gaza, os confrontos já deixaram quase 400.000 pessoas desabrigadas e provocaram um deslocamento em massa para a região Sul do território, um dos mais pobres do mundo.

"Além de abordar as tarefas urgentes de acabar com a atual espiral de violência, há uma necessidade urgente de começar a chegar a acordo sobre uma estratégia de ação coletiva para uma resolução política do conflito, que foi promovida no passado por um quarteto de mediadores internacionais compreendendo a Rússia, os Estados Unidos, a União Europeia e as Nações Unidas", disse.

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Histórico do conflito

Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou a criação de dois Estados — um judeu e um árabe — na margem ocidental do rio Jordão, ao mesmo tempo em que Jerusalém manteria o status de zona internacional. Em 14 de maio de 1948, Israel declarou sua independência.
Imediatamente depois, Egito, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque começaram uma guerra contra o Estado recém-formado. Durante a Guerra dos Seis Dias (1967), Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (margem ocidental do rio Jordão), incluindo Jerusalém Oriental. Surgiram as colônias de judeus em terra palestina, levando ao deslocamento em massa de palestinos.
Após a Primeira Intifada (manifestação de resistência dos palestinos contra as autoridades israelenses nos territórios ocupados, que durou de 1987 a 1993), foi assinado o acordo de paz de Oslo. Foi um período de transição de cinco anos. Era para começar com a redistribuição de tropas israelenses da Faixa de Gaza e Cisjordânia e terminar com a determinação do status final dos territórios palestinos.
Em 2005, Israel, unilateralmente, sem qualquer acordo político, retirou-se completamente da Faixa de Gaza. Em 25 de janeiro de 2006, eleições legislativas foram realizadas pela segunda vez. Duas organizações se destacaram: o Hamas ganhou a maioria dos assentos (80), enquanto o Fatah levou 43 assentos no Conselho Legislativo Palestino.
O Hamas assumiu o controle total do território de Gaza, depois de expulsar a maioria dos ativistas do Fatah (que não era mais governo).
Em 29 de novembro de 2012, a Palestina recebeu o status de Estado observador nas Nações Unidas, evento que é amplamente considerado o reconhecimento de fato do Estado palestino pela comunidade internacional.
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