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Europa teme 'pagar preço no Sul Global' por apoio à 'limpeza étnica' em Israel, diz mídia americana

© AFP 2023 / Kenzo TribouuillardO Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel (C,L), a Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola (C), e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen (R), participam numa homenagem às vítimas dos ataques organizados pelo Hamas em Israel, no Europeu Parlamento em Bruxelas, em 11 de outubro de 2023
O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel (C,L), a Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola (C), e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen (R), participam numa homenagem às vítimas dos ataques organizados pelo Hamas em Israel, no Europeu Parlamento em Bruxelas, em 11 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 14.10.2023
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Enquanto Tel Aviv se prepara para uma invasão terrestre em Gaza, diversos diplomatas e políticos ocidentais chegam a Jerusalém. Mas até que ponto o apoio europeu e americano é viável, uma vez que mesmo pedindo a Israel cuidado com os civis palestinos, sabem que não estão sendo ouvidos.
As autoridades dos Estados Unidos e da Europa que visitaram Israel nos últimos dias têm uma mensagem complicada – e possivelmente contraditória – a ser passada, analisa o The Financial Times. Ao mesmo tempo que querem expressar total apoio a Israel no contra-ataque ao Hamas, também exortam os israelenses a agirem com moderação.
Em Bruxelas, há algum nervosismo pelo fato da presidente da comissão, Ursual von der Leyen, ter chegado ontem (14) a Israel no momento em que o governo insta mais de um milhão de habitantes de Gaza a abandonarem o norte da Faixa.
© AFP 2023 / Jacquelyn MartinO primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (R), aperta a mão do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante declarações à mídia dentro do Kirya, que abriga o Ministério da Defesa de Israel, após sua reunião em Tel Aviv em 12 de outubro de 2023
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (R), aperta a mão do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante declarações à mídia dentro do Kirya, que abriga o Ministério da Defesa de Israel, após sua reunião em Tel Aviv em 12 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 14.10.2023
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (R), aperta a mão do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante declarações à mídia dentro do Kirya, que abriga o Ministério da Defesa de Israel, após sua reunião em Tel Aviv em 12 de outubro de 2023
A preocupação é que possa parecer que von der Leyen está a apoiando ações militares que causarão vítimas civis em massa – e que serão rapidamente rotuladas como crimes de guerra.

"Podemos estar prestes a assistir a uma limpeza étnica massiva", afirmou um diplomata do bloco europeu. Outro alto funcionário disse que a UE já deveria ter alinhado os apelos do secretário-geral da ONU para que Israel respeitasse o direito humanitário internacional, relata a mídia.

Ao mesmo tempo que o número de mortos aumenta em Gaza devido aos bombardeamentos israelenses, o Hamas ordenou aos residentes que não saíssem das suas casas. Já o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, instou os palestinos para que "permaneçam firmes" em suas terras. Ou seja, uma tragédia humanitária mais que anunciada e que, na verdade, já está em curso.
Mas a preocupação dos europeus não se restringe apenas ao conflito, segundo a mídia, há uma regra de prioridade: primeiro, a luta em si. Em segundo, as reações na região mais ampla. E terceiro, a resposta fora do Ocidente.

"O nosso receio é que paguemos um preço elevado no Sul Global por causa deste conflito", afirmou um funcionário da UE.

Porém, há muito pouca confiança nas capitais ocidentais de que Israel irá ouvir os apelos à contenção feitos por Antony Blinken e Lloyd Austin, por exemplo.
"Eles pensam que estão a enfrentar um segundo potencial Holocausto e a lutar pela sobrevivência do Estado. Eles não vão nos ouvir", disse outro alto funcionário europeu à mídia.
De fato, a narrativa desses funcionários ouvidos pela mídia vai de encontro à entrevista concedida pelo ex-primeiro ministro, Naftali Bennett – que formou governo provisório com Benjamin Netanyahu há dois dias atrás –, à Sky News quando foi perguntado sobre os palestinos no hospital, bebês cujo suporte de vida terá de ser desligado porque os israelenses cortaram a energia.
A resposta de Bennett foi "você está falando sério, continua me perguntando sobre os civis palestinos? O que há de errado com você? Você não viu o que aconteceu? Estamos lutando contra nazistas".
Já o presidente de Israel, Isaac Herzog, foi questionado pela mídia britânica ITV o que Tel Aviv poderia fazer para aliviar o impacto sobre os mais de dois milhões de civis em Gaza, muitos dos quais nada têm a ver com o Hamas.
A resposta de Herzog foi: "É uma nação inteira que é responsável. Não é verdade esta retórica sobre civis não conscientes, não envolvidos. Eles poderiam ter-se levantado, poderiam ter lutado contra aquele regime maligno que tomou Gaza num golpe de Estado. Mas estamos em guerra, estamos defendendo as nossas casas, estamos protegendo as nossas casas, essa é a verdade e quando uma nação protege a sua casa, ela luta e nós lutaremos até quebrar a sua espinha dorsal".
Ainda segundo o Financial Times, os diplomatas europeus também ficaram impressionados com o pouco interesse que o governo israelense tem demonstrado em dar prioridade às vidas dos reféns detidos em Gaza – alguns dos quais vêm de países europeus.
Porta-aviões USS Gerald R. Ford dos EUA na Dinamarca - Sputnik Brasil, 1920, 14.10.2023
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Enquanto os EUA e Reino Unido enviam suas forças para Israel, quem mais está atiçando o conflito?
Em meio a declarações inflamadas e ainda com um longo caminho para o cessar-fogo, palestinos e israelenses vivem dias de medo e muito sofrimento. E além de tudo, que já é muito, na comunidade europeia é compartilhada a preocupação de que uma vez que Israel tenha forçado os palestinos a saírem de Gaza, nunca mais os deixará regressar.
A Rússia, através de sua chancelaria e pela declaração do presidente Vladimir Putin, pede a Israel e à Palestina que cessem as hostilidades e retornem à mesa de negociações. Moscou também disse estar pronta para ajudar na saída de civis.
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