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Empréstimo de US$ 1 bi: Milei acusa Lula de interferir em eleição argentina; governo do Brasil nega

© AP Photo / Natacha PisarenkoJavier Milei, candidato presidencial do partido La Libertad Avanza, em Buenos Aires, Argentina
Javier Milei, candidato presidencial do partido La Libertad Avanza, em Buenos Aires, Argentina - Sputnik Brasil, 1920, 04.10.2023
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Um dos primeiros colocados nas pesquisas e vencedor das primárias argentinas, o candidato de extrema-direita Javier Milei acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tentar interferir nas eleições. Um dos principais parceiros comerciais do Brasil, a Argentina vive uma das campanhas presidenciais mais disputadas e indefinidas dos últimos anos.
Nas redes sociais, Milei chamou Lula de "comunista nervoso" por supostamente influenciar decisão do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) que concedeu empréstimo de US$ 1 bilhão (R$ 5,1 bilhões) ao governo de Alberto Fernández, aliado do petista. Os recursos foram viabilizados através do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"A casta vermelha treme. Muitos comunistas nervosos e com ações diretas contra mim e meu espaço. A liberdade avança! Viva a liberdade, c******!", disse.

Com uma inflação acima dos três dígitos, escassez de dólares e problemas estruturais na economia, a Argentina necessitava de um empréstimo-ponte para desembolsar US$ 7,5 bilhões (R$ 38,6 bilhões) no FMI.
Dos 21 países que fazem parte do CAF, apenas o Peru votou contra a concessão do empréstimo, mesmo após o país já ter atingido o limite de crédito. O resultado foi a autorização do acordo com o FMI e a liberação do dinheiro para a Argentina.
A injeção dos recursos ajuda o governo de Fernández, que tenta emplacar o ministro da Economia, Sergio Massa, nas eleições presidenciais. Pesquisa da Atlas Intel divulgada na última semana aponta uma pequena diferença percentual entre os três primeiros colocados: Massa tem 30,7% das intenções de voto, contra 27,9% de Milei e 27,7% de Patricia Bullrich, ligada ao ex-presidente Mauricio Macri.

Planalto se pronuncia

Após a veiculação da suposta influência brasileira no CAF para beneficiar a Argentina, o Palácio do Planalto negou qualquer intervenção do presidente Lula. "Também ao contrário do informado, o chefe de Estado brasileiro não conversou sobre o empréstimo com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, governadora do Brasil na CAF", informou, por meio de nota.
Conforme o governo federal, o pedido de empréstimo-ponte foi discutido pelos países acionistas do banco em julho. O Brasil, que tem 8,8% do capital da instituição, é o quarto maior acionista, atrás de Colômbia, Peru e Argentina.

"O CAF é um banco multilateral de desenvolvimento, hoje com uma carteira ativa de mais de US$ 4 bilhões (R$ 20,6 bilhões) de empréstimos para o Brasil. A decisão pelo empréstimo do CAF à Argentina foi aprovada em 28 de julho pela diretoria do banco formado pelos países-membros. O empréstimo foi aprovado com 19 votos dos 21 possíveis. O Brasil possui um voto, enquanto outros cinco países (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) possuem dois votos", acrescenta.

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Já o comunicado do banco alegou, segundo o governo brasileiro, que a decisão foi tomada com espírito de urgência e solidariedade ao país acionista, considerado "um ator relevante e oportuno nas decisões globais que envolvem a América Latina e o Caribe".
Por fim, a nota do governo pontua que a saúde econômica argentina é imprescindível para o Brasil, já que só nos oito primeiros meses do ano as operações comerciais entre os dois países chegou a US$ 20,5 bilhões (R$ 105,5 bilhões), com um saldo superavitário de US$ 4,4 bilhões (R$ 22,6 bilhões) para o Brasil.
Segunda maior economia do Mercosul, a Argentina passa a fazer parte do BRICS a partir do ano que vem, após apoio do Brasil para a entrada do país no grupo, que deve dominar índices mundiais de recursos naturais como petróleo, metais de terras raras e gás natural.
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