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Chanceleres do G20: Vieira diz que países concordam com necessidade de reforma da ONU (VÍDEOS)

No primeiro encontro entre autoridades de Estado na presidência brasileira do G20, ministros das Relações Exteriores das 20 maiores economias do mundo participaram de reuniões no Rio de Janeiro. O Brasil voltou a defender as principais agendas: reforma da governança global, além do combate à fome e mudanças climáticas.
Sputnik
Após dois dias de intensas agendas, reuniões bilaterais e discussões conjuntas entre os chanceleres do G20, além de representantes da União Europeia (UE) e União Africana (UA), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, fez um balanço do primeiro encontro do grupo sob a presidência brasileira.
O evento aconteceu na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, entre a quarta (21) e a quinta-feira (22). "Não interessa ao Brasil viver em um mundo fraturado", disse o ministro ao abrir a coletiva de imprensa.
Conforme Vieira, participaram 45 delegações, entre países-membros, países convidados e organizações internacionais. Ainda ficou acordado um novo encontro de chanceleres em setembro, em Nova York, após a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), que ainda será aberta a todos os membros da entidade.

"Será a primeira vez que o G20 se reunirá dentro da sede das Nações Unidas, e aberta para todos os membros para promover um chamado em favor da reforma da governança global", disse.

Conforme Vieira, os ministros ainda expressaram grande preocupação com o conflito na Faixa de Gaza, que já deixou quase 30 mil palestinos mortos. Os países destacaram o deslocamento forçado de mais de 1,1 milhão de palestinos em Gaza, além de defender a solução de dois Estados.
"Nesse contexto houve diversos pedidos em favor da liberação imediata do acesso para ajuda humanitária na Palestina, bem como apenas pela cessação das hostilidades. Muitos se posicionaram contrariamente à anunciada operação de Israel em Rafah [no sul de Gaza], pedindo que o governo reconsidere e suspenda imediatamente essa decisão. Destacou-se, ademais, apoio à solução de dois Estados como a única solução possível para o conflito entre Israel e Palestina", enfatiza Vieira.
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Concordância com necessidade de reforma da ONU

Já com relação à principal proposta brasileira para o G20, que é encabeçar a necessidade de reforma da governança global criada após a Segunda Guerra Mundial, o ministro brasileiro garantiu que houve adesão dos países que participaram do encontro.

"Para o Brasil é algo urgente e prioritário. Todos concordaram quanto ao fato de que as principais instituições multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio [OMC], o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional [FMI], entre outros precisam de reformas para se adaptarem aos desafios do mundo atual", acrescenta.

Além disso, Mauro Vieira lembrou que há consenso sobre a "essencialidade" das Nações Unidas como uma organização para garantir a paz e a segurança mundiais, além de promover o desenvolvimento sustentável. "Por isso, todos mencionaram a necessidade de se conferir e, em público, as discussões sobre a reforma da organização, em especial do Conselho de Segurança, com a inclusão de novos membros permanentes e não permanentes, sobretudo da América Latina, do Caribe e da África".
Criado em 1946, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) é alvo de críticas da comunidade internacional há décadas, diante da falta de reformas. Os membros permanentes (Estados Unidos, França, Rússia, China e Reino Unido) são os mesmos desde a fundação do principal órgão da Organização das Nações Unidas (ONU).

"A centralidade da OMC e a urgência do estabelecimento do sistema de soluções controversas também foram mencionadas em diversos discursos", explicou.

Por fim, Mauro Vieira ressaltou a presidência brasileira à frente do grupo e o retorno do país à centralidade da agenda internacional.
"A presença de todas e todos aqui é prova não somente da importância do Brasil, mas também do papel do G20 na concertação internacional."
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Quais são os países do G20?

Além do Brasil, o G20 é composto por outros 18 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) e dois órgãos regionais: a UA e a UE. O grupo representa dois terços da população mundial, além de 85% da economia e 75% do comércio global.
Durante todo o ano de 2024, o país é responsável por presidir o grupo, cuja cúpula de líderes acontece em novembro, também no Rio de Janeiro. Por conta disso, o Brasil ainda pode convidar outros países para participarem das reuniões, como Angola, Bolívia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega, Paraguai, Portugal, Singapura e Uruguai.
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