Panorama internacional

Jornalista: Israel não enfrenta objeções à guerra por parte da Casa Branca

Na madrugada de segunda-feira (12), Israel intensificou sua campanha de bombardeios contra o último refúgio dos palestinos em Gaza, a pequena cidade de Rafah na fronteira com o Egito, onde cerca de 1,4 milhão de pessoas estão aglomeradas.
Sputnik
É provável que Israel continue suas ações em Gaza apesar dos protestos da comunidade internacional porque está "vivendo em uma realidade paralela", onde não enfrenta "nenhuma consequência [por parte dos EUA], as bombas continuam sendo entregues, as armas continuam sendo entregues, a ajuda continua sendo [entregue]", disse Esteban Carrillo, jornalista e editor do portal The Cradle.
"[O secretário de Estado dos EUA] Antony Blinken pode viajar para Israel 10, 12, 15 vezes que vai ter sempre a mesma resposta, porque tudo o que você ouve da Casa Branca é completamente ineficaz", disse.
Na mídia dos EUA vazaram relatos de que o presidente estadunidense, Joe Biden, está ficando cada vez mais frustrado com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu. No entanto, as autoridades da Casa Branca têm repetidamente negado que haja quaisquer linhas vermelhas que Israel possa cruzar que façam com que o governo norte-americano corte a ajuda.
Carrillo observou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) têm empurrado os habitantes de Gaza cada vez mais para o sul, para uma área menor, e agora não há mais lugar para fugir.

"Os palestinos foram inicialmente instruídos a desocupar o norte e, em seguida, Israel atacou o norte e depois evacuaram a cidade de Gaza, que fica no centro da Faixa de Gaza. 'Vão para Khan Yunis [disse as FDI]. E depois o que aconteceu? O Exército israelense foi para Khan Yunis […] e então quando [as FDI] estavam indo para Khan Yunis, eles disseram [aos habitantes de Gaza] para irem para Rafah'", destacou Carrillo.

"Rafah é literalmente o último lugar para onde os palestinos poderiam fugir dos ataques, das bombas […] Esta é agora, sem dúvida, a área mais densamente povoada do mundo. E os israelenses estão lançando bombas lá", acrescentou.
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Embora Israel tenha dito publicamente que há áreas seguras para os palestinos fugirem, Carrillo disse que não há opções realistas.
"O plano aqui é limpar etnicamente Gaza […] empurrá-los para o deserto do Sinai, para o Egito e dizer 'agora eles são um problema deles […] quem chora pelos palestinos, pode cuidar deles", explicou.
Os EUA são o maior prestador de ajuda a Israel, enviando US$ 3,8 bilhões (R$ 18,8 bilhões) anualmente. Além disso, o Congresso dos EUA está atualmente debatendo um projeto de lei que inclui um pacote adicional de US$ 14 bilhões (R$ 69,3 bilhões) em ajuda a Israel, bem como cerca de US$ 60 bilhões (R$ 297 bilhões) para a Ucrânia e vários bilhões para Taiwan e outros aliados dos EUA na região da Ásia-Pacífico.
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