O porta-voz do Ministério da Defesa da Alemanha, Arne Collatz, admitiu, nesta quarta-feira (7), que o governo alemão esgotou a capacidade para produção de armas e munição à Ucrânia e não será capaz de cumprir os acordos de fornecimento firmados com o regime de Kiev.
"Acho que na Alemanha tudo o que poderia ser feito já foi esgotado, inclusive no contexto da indústria neste momento. Podemos, é claro, concluir novos acordos, se a capacidade de produção for aumentada, mas para as atuais necessidades estamos no limite da capacidade", disse Collatz, em comunicado.
Collatz afirmou que, "não importa o quão triste a situação possa parecer", a necessidade de Kiev por armamentos é tão grande que esgotaria toda a indústria alemã.
A Alemanha é o segundo maior fornecedor de armas para a Ucrânia, atrás apenas dos Estados Unidos. Anteriormente, o governo alemão afirmou que planejava fornecer mais de 7 bilhões de euros (R$ 37,45 bilhões, na cotação atual) em assistência militar a Kiev neste ano.
Em janeiro, o chanceler alemão, Olaf Scholz, sublinhou que se os Estados Unidos e os países da União Europeia (UE) deixarem de fornecer apoio militar à Ucrânia, Berlim não será capaz de arcar com os custos por si só.
Também em janeiro, em discurso em Davos, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, reconheceu a escassez de armamentos que afeta as forças ucranianas. Na ocasião, ele afirmou que não existe no mundo recurso militar suficiente para que a Ucrânia possa resistir ao Exército russo.