Panorama internacional

Apoio da Alemanha a Israel 'contradiz' o reconhecimento do genocídio que ocorreu na Namíbia

O país africano, onde se deu o primeiro genocídio do século XX sob domínio colonial alemão, acusou Berlim de "ignorar" as "mortes de mais de 23 mil palestinos em Gaza", após a Alemanha rejeitar as acusações de genocídio feitas pela África do Sul contra Israel perante o Corte Internacional de Justiça (CIJ).
Sputnik
A pressa da Alemanha em apoiar Israel no caso de genocídio apresentado pela África do Sul contra o Estado Judeu perante o Corte Internacional de Justiça (CIJ) contradiz sua responsabilidade histórica pelo genocídio dos povos Herero e Nama na Namíbia, afirmou em entrevista à Sputnik o chefe supremo da Autoridade Tradicional Ovaherero, Mutjinde Katjiua, um órgão transnacional que representa o povo Herero em toda a África Austral.
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Em 2021, a Alemanha reconheceu oficialmente o genocídio perpetrado contra as comunidades Herero e Nama da Namíbia entre 1904 e 1908, durante seu domínio colonial no país do sudoeste africano.
No entanto, a antiga potência colonial europeia recusou-se a aceitar a responsabilidade pelas reparações para as comunidades, cujas populações foram reduzidas em pelo menos 70% e 50%, respectivamente, como resultado das atrocidades alemãs.
Katjiua elogiou o apoio da Namíbia ao caso da África do Sul levado ao TIJ contra Israel devido ao contínuo bombardeamento da Faixa de Gaza palestina, onde os ataques israelenses mataram mais de 25 mil pessoas, segundo as autoridades do enclave.

"Apoiamos a posição da Namíbia e realmente não conseguimos compreender porque é que a Alemanha se apressaria em apoiar Israel alegando que não está cometendo crimes de guerra ou genocídio, esquecendo de outros lugares que já realizam [Alemanha] massacres e genocídios", disse o líder tribal em entrevista exclusiva à Sputnik.

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