Operação militar especial russa

Engenheiros militares russos ajudaram a reverter a contraofensiva ucraniana, diz analista

Nos diferentes ramos das Forças Armadas russas, os engenheiros militares assumiram a liderança na incorporação de equipamento militar robótico em suas operações, disse à Sputnik o coronel aposentado e analista militar veterano, Viktor Litovkin.
Sputnik
No dia 21 de janeiro, os militares russos comemoram o Dia das Tropas de Engenharia, um dos ramos mais antigos das Forças Armadas do país.
As tropas de engenharia russas — que incluem unidades de sapadores — são encarregadas, entre outras missões, de proteger os soldados no campo de batalha, nos seus deslocamentos e na retaguarda, diz o coronel Viktor Litovkin.
Ele acrescentou que outra tarefa é ajudar os soldados no lançamento de ofensivas, abrindo caminho para as tropas através de rios, florestas, escombros e assim por diante.
"As tropas de engenharia são atualmente as mais bem equipadas tecnologicamente entre as forças russas. A quantidade de equipamento militar por pessoa nestas tropas ultrapassa a das unidades de tanques ou de artilharia", observou Litovkin. Ele acrescentou que todo sapador russo é obrigado a saber operar este equipamento, que inclui máquinas de abertura de valas.
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Neste contexto, o analista sublinhou que o trabalho das tropas de engenharia russas contribuiu significativamente para o fracasso da contraofensiva da Ucrânia no ano passado.

"Os formidáveis campos minados colocados pelos engenheiros de combate russos provaram ser imunes ao moderno equipamento militar ucraniano fornecido pelo Ocidente, incluindo os tanques Leopard 2 e os veículos blindados Humvee", afirmou Litovkin.

Ele enfatizou que a operação militar russa em curso está ajudando as forças de engenharia do país a melhorar as suas competências nas missões de combate na Ucrânia.
"Eu vou dizer algo cínico e paradoxal agora: todas as hostilidades são o motor do progresso, levando à criação de novos tipos de forças armadas e de novos meios de defesa e ataque. A este respeito, as tropas de engenharia não são diferentes de outros ramos das Forças Armadas. No decurso da operação militar especial, os engenheiros de combate russos praticam tanto as técnicas que conheciam como as que começaram a aperfeiçoar na zona de operações especiais", partilhou Litovkin.
Ele lembrou que o Exército ucraniano estava equipado com vários tipos de minas e sistemas de remoção de minas, fornecidos pelos "exércitos mais poderosos do mundo" dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Itália.
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"Isto colocou novas e difíceis tarefas às nossas tropas de engenharia, que estão sendo resolvidas com sucesso", sublinhou o analista.
Litovkin expressou otimismo em relação ao futuro do que ele diz serem as tropas de engenharia "únicas" de seu país, afirmando que seu trabalho seria baseado em "novos princípios físicos".
Discutindo o equipamento militar utilizado pelos engenheiros militares russos, ele destacou especificamente o sistema de desminagem controlado remotamente Uran-9 e o complexo de remoção de minas UR-77, também conhecido como Zmei Gorynych (um dragão de fogo de três cabeças mencionado no folclore russo).

"Imagine um cabo grosso — como uma mangueira de incêndio — que é lançado, se desenrola e depois explode a uma distância de até 80 metros. É por isso que é chamado de Zmei Gorynych, porque voa como um dragão de fogo, atravessando qualquer campo minado com 20 metros de largura e abrindo caminho para equipamentos militares, como um tanque ou um veículo de combate de infantaria. Existem também máquinas especiais de remoção de obstáculos que podem lidar com qualquer tipo de obstáculos — árvores, pedras, etc.", explicou Litovkin.

Além disso, o especialista mencionou as chamadas minas inteligentes, que explicou serem projetadas para se autodestruir ou se autodesativar, dependendo dos planos do engenheiro. Segundo Litovkin, os engenheiros militares russos também possuem detectores de minas avançados capazes de detectar uma mina a uma profundidade de um metro e meio a dois metros ou ainda à distância. Litovkin concluiu lembrando que os engenheiros militares russos foram os primeiros a utilizar robôs de combate.
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