Panorama internacional

Por que as empresas ocidentais temem a indústria chinesa de carros elétricos?

À medida que o abandono dos motores de combustão interna ganha impulso, os fabricantes "começam a temer que os novos chineses os tirem da estrada", de acordo com o The Economist.
Sputnik
Especialistas dizem que a China pode estar no caminho certo para ultrapassar o Japão e se tornar o maior exportador mundial de automóveis, em grande parte devido ao aumento das vendas de carros elétricos.

"A experiência das empresas ocidentais conta pouco na era elétrica. O governo chinês subsidia a indústria automobilística. [...] A China domina a fabricação do componente mais crítico dos carros elétricos, as baterias", destaca a mídia.

O vasto mercado interno dá uma vantagem às empresas chinesas, e a preocupação do Ocidente "é bem fundamentada", segundo a apuração. Na China existem cerca de 150 fabricantes de automóveis, competindo entre si por cotas de mercado, o que faz baixar os preços dos produtos da indústria.
Mas os veículos elétricos (VE) chineses não são apenas econômicos, são também "tecnologicamente superiores" em alguns aspectos, relata o The Economist. Os analistas acreditam que uma das principais formas pelas quais as marcas de VE vão se diferenciar é através do seu software e estilo.
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Além disso, os modelos das empresas chinesas, principalmente pequenos veículos utilitários e SUVs, se adaptam bem aos motoristas do continente europeu, razão pela qual "a Europa provavelmente se tornará o próximo campo de batalha", prevê a mídia.
Estas afirmações não parecem improváveis, especialmente no contexto em que as empresas chinesas já começaram a fabricar automóveis na Europa.
Em relação ao mercado dos EUA, país que impõe tarifas de 27,5% aos veículos importados, o The Economist acredita que mesmo "estas tentativas de fechar as portas às empresas de automóveis chinesas não terão sucesso", uma vez que nada impede que as empresas chinesas construam fábricas no país vizinho, o México.
Várias destas empresas chinesas já estão "testando o terreno" no México. Enquanto as suas fábricas utilizarem peças fabricadas localmente em quantidade suficiente, a sua produção "escaparia das tarifas proibitivas dos EUA", resume o jornal.
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