Operação militar especial russa

Moscou alerta sobre situação de presos políticos na Ucrânia após morte de jornalista

Preso após ganhar notoriedade por conta das críticas à OTAN e denunciar a ascensão do neonazismo em Kiev, o jornalista, blogueiro e cineasta chileno-americano Gonzalo Lira morreu na última semana em uma penitenciária na Ucrânia. Lira estava detido desde maio de 2023, onde era mantido incomunicável e sob regime de tortura.
Sputnik
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, apelou para que todos os jornalistas do mundo se manifestem em defesa dos detidos politicamente pelo governo de Vladimir Zelensky.
"Instamos os colegas de Gonzalo Lira a levantarem a voz e se unirem à defesa daqueles que estão atualmente nas masmorras do regime de Kiev. Isso é necessário para aqueles que ainda estão vivos e podem lutar pela verdade, e é uma homenagem à memória daqueles que morreram como mártires em nome dos ideais da liberdade", disse Zakharova.
Para a representante russa, a morte de Lira mostra mais uma vez que a proteção ocidental à liberdade de expressão e ao jornalismo é apenas "de palavra", pois na realidade "só a defende quando é do seu interesse".
Por fim, Zakharova expressou condolências aos familiares e amigos do repórter por sua morte. No dia anterior, Moscou ainda responsabilizou Washington pela morte de Lira por não usar sua influência sobre Kiev para libertar o cidadão norte-americano.
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Jornalista foi preso na fronteira

Na última sexta-feira (12), o Departamento de Estado dos EUA confirmou a morte de Lira em uma prisão ucraniana e ofereceu condolências à família. O blogueiro, de 55 anos, foi preso pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, em ucraniano) em 5 de maio de 2023, acusado de justificar a operação militar especial da Rússia na Ucrânia e supostamente espalhar propaganda pró-russa durante o conflito.
O jornalista também criticou, em vídeos divulgados nas redes sociais, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky.
Lira chegou a ser libertado em julho do ano passado, mas foi preso novamente ao tentar sair da Ucrânia em uma motocicleta para buscar asilo político na Hungria. Pouco antes, o repórter denunciou em sua conta na rede social que poderia desaparecer "por culpa do regime de Kiev", se não conseguisse cruzar a fronteira do país.
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