Panorama internacional

Israel rascunha documento para expulsar agência da ONU de Gaza no pós-guerra, diz jornal israelense

Enquanto mais dois campos de refugiados foram atacados neste sábado (30) em Gaza, Tel Aviv pondera expulsar a agência das Nações Unidas que presta assistência para os palestinos desde 1949.
Sputnik
Aviões de guerra israelenses atacaram dois campos de refugiados urbanos no centro da Faixa de Gaza neste sábado (30). Moradores dos campos de Nuseirat e Bureij, dois focos recentes de combate, relataram ataques aéreos de Israel.

"A ocupação [israelense] está fazendo de tudo para forçar as pessoas a partirem. Eles querem quebrar nosso espírito e o farão, mas falharão. Nós estamos aqui para ficar", disse Mustafa Abu Wawee, residente de Nuseirat ouvido pela agência Bloomberg.

O conflito já matou mais de 21.300 palestinos e deixou 55.600 feridos, mas o governo de Benjamin Netanyahu diz estar determinado a prosseguir a sua ofensiva aérea e terrestre sem precedentes até ter desmantelado o Hamas, um objetivo visto por alguns como inatingível devido às profundas raízes do grupo militante na sociedade palestiniana, analisa a mídia.
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Ao mesmo tempo, Tel Aviv planeja expulsar a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) da Faixa de Gaza no pós-guerra, segundo um documento do Ministério das Relações Exteriores que detalha um plano gradual a ser apresentado ao gabinete de guerra em futuro próximo, de acordo com o jornal The Times of Israel.
O documento recomenda três etapas para a mudança: o primeiro envolve a elaboração de um relatório sobre a suposta cooperação da UNRWA com o Hamas, a próxima fase seria a redução das operações da UNRWA no enclave em meio à procura de uma organização diferente para fornecer serviços de educação e assistência social. E na terceira fase, todas as funções da UNRWA seriam transferidas para o órgão que governará Gaza após a guerra.
Há muito que Israel acusa a agência de perpetuar o conflito israelo-palestino ao alargar o estatuto de refugiado a milhões de descendentes de palestinos que fugiram ou foram forçados a abandonar as suas casas.
Ontem (29), um comboio da UNRWA foi atacado em uma rota traçada pelo próprio Exército israelense como segura.
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Apesar dos persistentes apelos internacionais de cessar-fogo devido ao aumento de mortes de civis, fome e deslocamento de massa no enclave, o governo Biden aprovou uma nova venda emergencial de armas a Israel no valor de US$ 147,5 milhões (R$ 7,1 bilhões), conforme noticiado.
É a segunda vez no mesmo mês que a administração Biden contorna o Congresso dos Estados Unidos para aprovar uma venda emergencial. O pacote incluirá fusíveis, cargas e escorvadores, necessários para fabricar os projéteis de 155 mm necessários que Tel Aviv comprou anteriormente.
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