Panorama internacional

Anistia Internacional pede investigação contra Israel por desaparecimentos forçados em Gaza

Depois de relatos de mortes em centros de detenção militar, a Anistia Internacional exigiu nesta quarta-feira (20) uma investigação urgente sobre o desaparecimento forçado de palestinos na Faixa de Gaza e levados para o país. A guerra no território começou no dia 7 de outubro e já deixou mais de 20 mil pessoas mortas.
Sputnik
A organização humanitária estima que centenas de pessoas estão presas em centros de detenção no sul de Israel após serem capturados em operações militares. "As forças israelenses devem divulgar urgentemente o destino e paradeiro de todos os detidos desde 7 de outubro", disse Heba Morayef, diretora regional da Anistia para o Oriente Médio e o Norte da África, em comunicado.

Tratamento desumano

Conforme a Anistia Internacional, o "tratamento desumano e desaparecimento forçado" dos palestinos deve ser investigado o mais rápido possível. Na última terça (19), as Forças de Defesa de Israel (FDI) foram questionadas sobre o assunto e disseram que as mortes são investigadas.
Porém, não foram fornecidos detalhes sobre a localização dos desaparecidos e quantos morreram nas instalações israelenses. O jornal Haaretz chegou a divulgar um relatório que revelou que os prisioneiros morreram na base militar de Sde Teiman, perto da cidade de Beersheba. Segundo a publicação, os detidos no local ficam "vendados e algemados durante a maior parte do dia, e as luzes permanecem acesas nas instalações durante toda a noite".
O destino dos palestinos detidos por Israel foi alvo de preocupações maiores na última semana, após a mídia do país mostrar dezenas de civis sentados nus em uma rua de Gaza sob custódia militar. A suspeita é de que as imagens, que também flagraram pessoas vendadas com as mãos amarradas, foram divulgadas por um membro do Exército.
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Qual é a situação atual do povo palestino?

O conflito entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza começou no dia 7 de outubro, por conta de um ataque-surpresa do movimento ao país judeu que causou a morte de 1,2 mil pessoas. Por conta dos ataques aéreos e da operação por terra, mais de 80% da população do território palestino está desabrigada e há uma crise humanitária sem precedentes.
Um acordo mediado pelo Catar levou à pausa humanitária de uma semana em Gaza para a libertação de reféns e, ainda, a chegada mais intensa de ajuda com alimentos, água, remédios e combustível; porém, foi encerrada no início do mês.
O conflito israelo-palestino, relacionado a interesses territoriais, tem sido fonte de tensões e conflitos na região por muitas décadas. A decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1947 determinou a criação de dois Estados, Israel e Palestina, mas apenas o israelense foi estabelecido.
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