Operação militar especial russa

Exército da Ucrânia quer renúncia de Zelensky, diz ex-assessor da presidência do país

Oleg Soskin, ex-conselheiro do presidente ucraniano Leonid Kuchma (1994–2005), garantiu nesta segunda-feira (13) nas redes sociais que o Exército do país quer a renúncia do presidente Vladimir Zelensky. Na semana passada, o chefe do Executivo anunciou o cancelamento das eleições no país por conta da operação militar especial russa.
Sputnik
Em um vídeo, Oleg Soskin lembra que a contraofensiva anunciada por Zelensky completa seis meses em dezembro sem qualquer avanço. Além disso, o ucraniano pontuou que parlamentares já disseram que Kiev vai tentar iniciar processos criminais contra um grupo de generais.

"Os generais vão obedecer, vão se comportar como ovelhas que vão para o matadouro? Acho que no ambiente militar tudo já amadureceu, e eles querem que Zelensky, por assim dizer, se aposente", disse o ex-conselheiro.

O deputado ucraniano Aleksei Goncharenko alertou também nesta segunda que o gabinete de Vladimir Zelensky iniciou um movimento com relação ao bloco militar do país, que, segundo o jornal Strana.ua, tem conversado sobre uma possível candidatura do comandante em chefe das Forças Armadas, Valery Zaluzhny. Segundo o parlamentar, ações processuais serão realizadas nos próximos dias contra militares do alto escalão do Exército ucraniano.
Já o Washington Post publicou que Zaluzhny é extremamente popular no país e pode representar uma ameaça ao atual presidente ucraniano caso inicie uma carreira política. Conforme o jornal, recentes declarações do militar mostraram o impasse para um "avanço profundo" das tropas ucranianas. Zelensky tentou amenizar o discurso, dizendo que os militares estavam cansados, como um dos sinais indiretos do conflito entre eles.
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Exército já perdeu mais de 90 mil militares

A contraofensiva começou em 4 de junho, e, depois de três meses, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que a frente ucraniana não estava apenas "estagnada", mas também era um fracasso. Até o início de outubro, Kiev perdeu mais de 90 mil militares das Forças Armadas, entre mortos e feridos.
Segundo o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, o Exército ucraniano não conseguiu atingir seus objetivos em nenhuma das áreas.

'Derrubado em um golpe ou morto'

Para o editor-chefe da revista norte-americana CovertAction, Jeremy Kuzmarov, o cancelamento das eleições na Ucrânia pode levar a um golpe de Estado no país.
Autor de cinco livros sobre a política externa dos Estados Unidos, principal fiador do conflito na Ucrânia, Kuzmarov acrescentou à Sputnik que Zelensky não é popular no país e perderia as eleições caso fossem abertas e justas.
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Nos últimos meses, escândalos de corrupção no regime de Zelensky fizeram autoridades do alto escalão renunciarem: quatro vice-ministros, cinco governadores regionais e assessores.
Além de denúncias de suborno e compra de alimentos superfaturados em meio ao conflito, funcionários de Kiev adotam um estilo de vida luxuoso que não condiz com seus vencimentos. Em 2021, o país ficou na 122ª posição, entre 180 nações, do ranking Transparência Internacional, que mede a escala de corrupção nos países.
O especialista norte-americano enfatizou ainda que, em vez de estar na linha de frente com o seu povo, Zelensky passa a maior parte do tempo em busca de ajuda militar estrangeira, cada vez mais escassa.
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