Panorama internacional

FMI: economia russa se recupera enquanto inflação pode minar a estabilidade financeira da Europa

A economia russa se recuperou de forma constante mesmo depois de os governos ocidentais terem imposto sanções abrangentes, mas as perspectivas a médio prazo são menos encorajadoras, afirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI) em relatório.
Sputnik
Como resultado da evolução econômica positiva, o FMI reviu a sua previsão de crescimento do produto interno bruto (PIB) para a Rússia em 2023 para 2,2%, contra 0,7% em abril, refere o relatório.
"A reviravolta foi inicialmente conseguida através de melhores termos de troca relacionados com os elevados preços da energia, seguidos por um aumento substancial nas despesas militares no final do ano passado e no início deste ano, que impulsionou a procura agregada, apoiou o consumo e incentivou o investimento", afirma o relatório.
No entanto, o FMI reduziu a sua previsão de crescimento do PIB para 2024 para 1,1%, de 1,3% em abril, mantendo inalterada a sua perspectiva para 2025 em 1%, afirma o relatório.
"As perspectivas a médio prazo são menos encorajadoras. O aumento da despesa fiscal permitirá geralmente uma recuperação temporária e não sustentada do crescimento, dada a sua composição", afirma o documento.
O FMI concluiu que a taxa de desemprego em mínimos históricos, a depreciação do rublo, o aumento da inflação e o aumento considerável das taxas de juro para 350 pontos-base por parte do Banco Central da Rússia em agosto indicam que a economia russa atingiu o limite do seu potencial, adiciona o relatório.
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Inflação iminente na zona do euro

O FMI alertou que a inflação e a estagnação do crescimento poderiam minar a estabilidade financeira e a sustentabilidade da dívida na Europa.
"Um cenário de estagflação com inflação mais elevada e crescimento estagnado é um risco fundamental que pode levar a repercussões macrofinanceiras adversas para a estabilidade financeira e a sustentabilidade da dívida", afirmou o FMI nas suas novas Perspectivas Econômicas Regionais (REO, na sigla em inglês) para a Europa.
O fundo salientou que os riscos descendentes para o crescimento são atualmente dominantes e expressou preocupação com o choque adicional nos preços das matérias-primas e com a inflação subjacente mais persistente. Esses riscos potenciais vão poder forçar os bancos centrais a apertar a política monetária mais do que o esperado, reduzindo assim o crescimento.
O relatório não exclui que configurações salariais mais retrógradas e mercados de trabalho mais restritivos possam aumentar a inflação em alguns países.
Ainda de acordo com o documento, a economia regional também enfrenta riscos elevados para a estabilidade financeira. Aumentos das taxas de juro maiores do que o esperado e o enfraquecimento do mercado imobiliário da região poderão causar instabilidade financeira sistémica.
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