Panorama internacional

Maior hospital em Gaza pode se tornar 'vala comum' devido ao bloqueio elétrico da cidade, diz médico

O diretor de um hospital em Gaza avisa que, se os geradores ficarem sem combustível, o hospital "se transformará em uma vala comum". A comunidade internacional precisa fornecer urgentemente equipamento médico, hospitais de campanha e combustível para os geradores.
Sputnik
Em face da recente decisão de Israel de impor um bloqueio de grande escala à Faixa de Gaza, é urgente estabelecer corredores humanitários para evacuar todos os feridos, disse o chefe do hospital Al-Shifa em Gaza, Muhammad Abu Salima, à Sputnik.
Os militares israelenses disseram que estavam se preparando para "ataques aéreos, marítimos e terrestres combinados e coordenados".
Anteriormente, o governo israelense anunciou um bloqueio total na Faixa de Gaza, que está atualmente sob fogo constante das Forças de Defesa de Israel. Lá não há nem eletricidade, nem comida, nem água, nem combustível.
O número de feridos em Gaza já excedeu a capacidade do maior complexo médico, Al-Shifa, da cidade.
"Em apenas oito dias, o número de mortos e feridos ultrapassou o número total de vítimas em 51 dias do conflito de 2014. Os feridos que encontramos nas ruas não podem nem mesmo ser admitidos no hospital porque nossas unidades de cirurgia e de terapia intensiva estão completamente lotadas", disse o chefe do hospital.
"Chegamos a um ponto em que precisamos comparar as lesões", afirmou Muhammad Abu Salima.
O diretor do hospital Al-Shifa acrescentou que pediu à comunidade internacional para "estabelecer corredores humanitários seguros para evacuar os feridos de Gaza".
A comunidade internacional também precisa fornecer urgentemente o equipamento médico necessário e medicamentos, estabelecer hospitais de campanha e fornecer combustível para o hospital, salientou o médico.
O hospital "vai se transformar numa vala comum se os geradores ficarem sem combustível devido à falha total de energia", explicou Salima.
O diretor do hospital afirmou ainda que está em contato permanente com a Organização Mundial de Saúde, a Cruz Vermelha Internacional e todas as organizações que trabalham em Gaza. A Cruz Vermelha Internacional e todas as organizações internacionais não podem se deslocar sem a autorização dos israelenses.
Mais de 40 ambulâncias já foram atingidas por "estes crimes sem precedentes", resumiu ele.
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