Panorama internacional

Estado de choque: como Israel está lidando com a ofensiva do Hamas?

No dia 7 de outubro o conflito entre Israel e Palestina atingiu um estado crítico a partir do lançamento da Operação Dilúvio de Al-Aqsa pelo Hamas. Nos dias que se seguiram, Israel respondeu com uma declaração de estado de guerra, passou a fazer ataques e implementou um bloqueio total ao fornecimento de itens básicos.
Sputnik
Os bloqueios incluem fornecimentos de alimentos, água e eletricidade. Ambos os lados relataram vítimas em massa.
Os israelenses permaneceram unidos perante as ameaças vindas da Faixa de Gaza, embora as autoridades tenham ficado inicialmente espantadas com o lançamento da ofensiva palestina no fim de semana, reportou um ex-aviador israelense.
Doron Willentzik, que já serviu como membro da Força Aérea israelense, contou à Sputnik que a crise uniu os israelenses apesar da divisão política.
"Eu escutei de pessoas, tanto da esquerda quanto da direita, bem como militares, reservistas e outros, dizendo basicamente: 'Eu realmente não me importo se você é de esquerda ou de direita'", contou Willentzik. "Somos todos israelenses e estamos todos unidos nesta causa, que é essencialmente uma sobrevivência do horror que acabamos de ver."
Houve relatos de que até 300 mil reservistas das Forças de Defesa de Israel (FDI) foram convocados em resposta à crise – aproximadamente um décimo da mão de obra do país.
"Unidades diferentes têm códigos e símbolos diferentes", explicou Willentzik a respeito das convocações direcionadas aos militares. "Eles basicamente designam a necessidade de se apresentarem em um determinado horário e aparecerem em um determinado lugar. Assim, cada membro da reserva está familiarizado com sua designação e identificador específicos."
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O ex-oficial, posteriormente, abordou as alegações de que o Irã foi responsável pela irrupção das hostilidades na Faixa de Gaza.
"Estou lendo muitas interpretações de ambos os lados, e pessoalmente acho que seria prematuro vincular diretamente o Irã a isso." Para ele essa pergunta é difícil e sua resposta vale muito.
Em resposta aos ataques sem precedentes, o governo israelense prometeu conduzir uma "grande" vingança contra a ofensiva do Hamas. Na realidade, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, emitiu uma mensagem dura na qual dizia que as forças militares iriam "dar um fim nessa coisa chamada Hamas".

"Penso que é uma necessidade absoluta fazer isso, porque penso que todas as tentativas políticas de paz ao longo dos anos simplesmente explodiram na cara de Israel como resultado deste recente horror e operação, o que deixa Israel com muito poucas escolhas", disse Willentzik, mas alertou que "não há capacidade de negociar com o Hamas e isso será extremamente difícil e sangrento".

A resposta ao conflito por parte dos vizinhos de Israel tem sido diversa. O Egito exigiu que Tel Aviv permitisse a entrada de comboios de ajuda humanitária em Gaza, mas se recusa a permitir que a população de mais de dois milhões de pessoas seja deslocada para o seu próprio território. A Síria, o Irã e o Hezbollah no Líbano condenaram a resposta de Israel, mas não foram puxados para o conflito, apesar das repetidas provocações israelenses.
"Tem havido silêncio por parte do [presidente da Autoridade Palestina] Mahmoud Abbas e outros", observou Doron Willentzik. "Penso que eles estão tentando, talvez, avaliar o que as próximas semanas significarão para eles [...] eles podem estar avaliando agora mesmo quais serão os próximos passos."
"Acho que há também, nos bastidores, conversas com os egípcios sobre os próximos passos", acrescentou.
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