Panorama internacional

Primeiro-ministro grego: Ucrânia recebe mais recursos da UE do que vítimas de desastres naturais

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, defendeu que a União Europeia (UE) não sacrifique as necessidades dos seus próprios cidadãos afetados por desastres naturais em prol do apoio à Ucrânia, que já consumiu quase 80 bilhões de euros (R$ 436 bilhões) dos cofres do bloco.
Sputnik
A declaração foi dada nesta sexta-feira (6), durante a reunião entre chefes de Estado em Granada, na Espanha. A proposta de Mitsotakis foi ampliar para pelo menos 2,5 bilhões de euros (R$ 13,6 bilhões) os recursos do Fundo de Solidariedade da União Europeia, destinados aos países europeus afetados por desastres naturais. O valor é infinitamente menor que o dinheiro enviado ao regime de Vladimir Zelensky.

"Estamos pedindo muito mais dinheiro para a Ucrânia — isso é bom, porque continuaremos a apoiar a Ucrânia —, mas argumentei à União Europeia que é impossível ter recursos adicionais significativos para a Ucrânia e, ao mesmo tempo, ter menos recursos, muito menos recursos do que fornecemos à Ucrânia, para cidadãos europeus que enfrentam desastres naturais", disse Mitsotakis.

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País enfrentou fortes chuvas em setembro

Em setembro, a Grécia enfrentou fortes temporais que deixaram pelo menos dez pessoas mortas e um rastro de destruição. Por conta disso, o país precisou usar todos os recursos da sua cota no fundo de solidariedade.
"Mas obviamente não é suficiente [o recurso], porque provavelmente enfrentaremos desastres semelhantes no futuro. É por isso que acredito que devemos aumentar os recursos do Fundo de Solidariedade [...]. Essa posição encontra muita compreensão no Conselho Europeu, embora um acordo comum ainda esteja longe", disse Mitsotakis.
Além disso, o primeiro-ministro disse que a Grécia apoia a proposta da Comissão Europeia de tornar os ajustes orçamentários mais flexíveis.

"Não me cansarei de dizer que os gastos com defesa devem ser tratados de maneira diferente da forma como são incluídos nos cálculos da UE. A Grécia é um país que gasta muito em sua defesa. Mas esses custos também têm uma dimensão europeia; aumentamos as capacidades gerais da Europa para fortalecer sua autonomia estratégica", disse o primeiro-ministro.

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Sem pressão geopolítica

Ao mesmo tempo, a Grécia defende que as mesmas regras se apliquem a todos os países candidatos a entrar no bloco e que não haja prioridades geopolíticas que substituam o processo estritamente definido. Em fevereiro, a Ucrânia fez o pedido para entrada imediata na UE, dias após o início da operação militar especial russa.
"A Grécia continuará a lutar pela perspectiva europeia dos países dos Bálcãs Ocidentais e apoiará a posição de que é necessário aplicar as mesmas regras a todos os países candidatos e não ter prioridades geopolíticas que substituam o processo estritamente definido", disse Mitsotakis.
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