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Alckmin: ampliar mercados via Mercosul e na AL é tarefa 'urgentíssima' para recuperar crescimento

A ampliação de acordos comerciais bilaterais com nações latino-americanas e por meio do Mercosul é prioridade do governo brasileiro para alavancar o comércio exterior e recuperar a indústria do país, declarou nesta quinta-feira (5) o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, durante o 42º Encontro Nacional de Comércio Exterior, no Rio de Janeiro.
Sputnik
"Temos uma tarefa urgentíssima, que é recuperarmos mercados na América Latina", declarou ele, ao ressaltar que o comércio intrarregional é uma característica do mundo globalizado e que o Mercosul pode ajudar a diversificar a exportação brasileira, hoje muito concentrada em poucos produtos.

"Enquanto no Canadá, Estados Unidos e México 50% do comércio ocorrem intraregionalmente, na União Europeia, 60%, e entre os países das Nações do Sudeste Asiático [ASEAN], 70%, na América Latina, em que há mais vendas de produtos brasileiros com valor agregado, esse percentual é de apenas 26%", frisou o vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

"É fundamental conquistarmos mais mercados. O Mercosul tem três acordos comerciais: com Israel, Egito e Palestina. Quando não fazemos acordos, não ficamos parados, vamos para trás, porque seu concorrente faz acordos e passa à frente", discursou ele no encerramento do primeiro dia do fórum, promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), que termina amanhã (6).
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Alckmin destacou os esforços para concretizar o acordo do bloco com a União Europeia e com a Índia:

"Sobre a União Europeia, estamos falando de 800 milhões de pessoas no livre comércio e um quarto do PIB [produto interno bruto] do mundo, que abrem várias oportunidades. No caso da Índia, podemos avançar em complementaridade econômica, pois temos apenas 2% das exportações para este que é o país mais populoso do mundo."

O vice-presidente também citou outros desafios a serem enfrentados, como a burocracia e a enorme quantidade de tributos, que devem ser reduzidos com a reforma tributária:
"O juro é muito elevado, mas a curva é de queda. A carga tributária também é elevada. A reforma vai desonerar completamente o investimento e desonerar a exportação", declarou. "O IVA [Imposto sobre Valor Agregado, que deve substituir cinco tributos] vai desonerar investimentos e exportações."
Alckmim adiantou que nesta sexta-feira (6) terá uma reunião para avançar no programa de modernização do parque industrial brasileiro, através do mecanismo de "depreciação acelerada", instrumento ligado à aquisição e ao envelhecimento das máquinas usadas na produção.

"Vamos renovar as máquinas, ganhar produtividade, eficiência energética, reduzir custos e melhorar a competitividade, que beneficia também o agro e os serviços", completou.

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