Panorama internacional

Tensão no Pacífico asiático: Japão amplia portos e aeroportos em resposta a possível conflito armado

O crescimento das tensões militares entre países do Pacífico asiático fez o governo japonês selecionar 33 portos e aeroportos para expansão e modernização de infraestrutura. Os investimentos vão aprimorar as capacidades de defesa do Japão no caso de um potencial conflito armado na região.
Sputnik
Desde a visita da ex-presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos Nancy Pelosi a Taiwan, no ano passado, a situação local está cada vez mais conflituosa. Considerada "imprudente" por analistas internacionais, a passagem da democrata inflamou as relações do país com a China e os problemas de toda a região.
Como é um aliado dos Estados Unidos, o Japão vai iniciar a expansão das pistas dos seus aeroportos para facilitar pousos e decolagens, além de construir novos hangares para aeronaves da Guarda Costeira do país. O projeto também inclui estruturas adicionais em portos e a permissão para que as Forças Armadas americanas enviem tropas para essas localidades "em caso de emergência".
Segundo o documento, essas medidas facilitam a evacuação de civis e o deslocamento dos exércitos aliados. A maior parte dos portos e aeroportos está localizada na porção oeste do Japão, próximo à China continental e Taiwan.
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Enquanto os chineses consideram a ilha parte do seu território e condenam qualquer contato com autoridades internacionais, os EUA deixam claro que darão suporte a Taiwan no caso de qualquer ataque.
Em respostas às tensões, os taiwaneses lançaram nesta quinta-feira (28) o protótipo do primeiro submarino desenvolvido totalmente dentro da ilha — ao todo serão oito. O equipamento militar, que só deve começar a operar em dois anos, faz parte de um plano de fortalecimento das barreiras de defesa contra a Marinha chinesa.

Portos próximos à fronteira com a Rússia

A lista de estruturas que vão receber melhorias também conta com portos na ilha de Hokkaido, que fica próxima à fronteira russa, e na ilha de Honshu, onde foram registradas atividades de embarcações norte-coreanas.
Já o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse também nesta quinta que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) asiática não é mais uma "entidade imaginária", mas sim uma "ameaça real". Kim lembrou do aumento dos exercícios militares dos Estados Unidos na região, com o apoio da Coreia do Sul, o que leva a avançar com o programa nuclear do país.
A promessa é aumentar "exponencialmente a produção de armas nucleares, diversificar os meios de ataque e implantá-los em diferentes serviços". Por unanimidade, a Assembleia Popular Suprema da Coreia do Norte incluiu na Constituição do país a política de construção de força nuclear como lei básica do Estado.
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Diplomacia contra possível conflito armado

Enquanto crescem os exercícios militares americanos na Ásia-Pacífico, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse que procura "resolver diferenças e disputas entre os países através do diálogo e da consulta".
Um acordo chegou a ser realizado com Japão e Coreia do Sul, que voltaram à mesa de discussões após um hiato de quatro anos.
A promessa é manter diálogos a três "o mais rapidamente possível", declaração dada depois de uma reunião destinada a aliviar as preocupações chinesas sobre a presença maior de Washington na região.
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