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Analista: prisão de Lula foi conveniente para EUA e responsáveis devem pagar por este crime

Após o encerramento do caso que colocou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atrás das grades por 580 dias entre 2017 e 2018, a democracia brasileira saiu fortalecida, segundo analista político.
Sputnik
A prisão contra o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, considerada "erro histórico", terá um novo capítulo, onde o país abre uma nova instância de investigação contra os responsáveis pela prisão do atual presidente brasileiro.

"É uma reparação histórica, pois os impactos desta ação mudaram a vida democrática nacional, ao permitir que Jair Bolsonaro ganhasse as eleições", afirmou à Sputnik o analista político e doutor em Filosofia, economista e docente brasileiro Fábio Borges.

O analista também destaca que o ato contra Lula foi irregular e que os responsáveis devem pagar por seus delitos.
"Foi um ato [contra Lula] muito irregular. Aqueles que realizaram estes atos devem pagar por seus delitos. Vai ser um caminho longo de investigações", afirmou o analista.
Os possíveis inquéritos se enquadram na decisão do Supremo Tribunal Federal que anulou, no domingo (6), todas as provas obtidas do acordo de colaboração com a empresa Odebrecht.
A Justiça considerou que estas provas foram obtidas de forma ilegal pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos fiscais da operação Lava Jato, que condenou Lula em 2017 por corrupção e lavagem de dinheiro.
"A situação de Moro é terrível. Hoje senador, deverá abandonar seu mandato a longo prazo, pois em sua gestão, houve irregularidades e terá que responder criminalmente. Ficou claríssimo que junto com os procuradores, manipulou e criou provas para chegar ao veredito em 2017, tirar o Lula, que venceria as eleições [de 2018]", observou Borges.
O especialista também ressaltou que a decisão de Moro teria sido muito conveniente para os Estados Unidos, devido aos benefícios que obtiveram com a destruição da Odebrecht.
"Certamente foi muito conveniente para os EUA o inquérito da Lava Jato. Os maiores beneficiados da destruição da Odebrecht e da desestabilização de Lula foram as empresas estrangeiras que ocuparam esse espaço", refletiu Borges.
O analista também afirmou acreditar que os Estados Unidos não aceitavam que o Brasil pudesse ganhar protagonismo na União de Nações Sul-Americanas (Unasul), e que impulsionasse uma proposta de integração pela autonomia na América Latina.
"Acredito que para os EUA era importante criar a desestabilização e obter um novo Executivo totalmente alienado com a administração do então presidente Donald Trump", destacou.
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