Panorama internacional

Cientistas aos líderes mundiais: 'Eliminem seus arsenais nucleares antes que eles nos eliminem'

Muitos pesquisadores pelo mundo afora denunciaram a situação internacional, pela qual culpam em grande parte as milhares de ogivas nucleares em posse por vários países.
Sputnik
Mais de 100 revistas médicas mundiais emitiram na quinta-feira (3) um apelo conjunto para a eliminação urgente das armas nucleares, chamando a ameaça que representam de "grande e crescente".
O editorial, publicado simultaneamente nas principais revistas médicas que costumam competir por materiais exclusivos, incluindo National Medical Journal, Lancet, JAMA e New England Journal of Medicine, entre outras, pede aos "Estados com armas nucleares" que "eliminem seus arsenais nucleares antes que eles nos eliminem".
Com o título "Reduzindo os riscos de uma guerra nuclear", o editorial alertou que mesmo "uma guerra nuclear 'limitada' envolvendo somente 250 das 13.000 armas nucleares existentes no mundo poderia matar 120 milhões de pessoas e provocar uma perturbação climática global que levaria a uma fome nuclear, colocando dois bilhões de pessoas em risco".
Além disso, uma guerra em larga escala entre os EUA e a Rússia "poderia matar 200 milhões de pessoas" logo após seu início, ao mesmo tempo em que daria início a um inverno nuclear que poderia matar de "cinco bilhões a seis bilhões de pessoas", ameaçando a própria existência da humanidade. O editorial afirma que um confronto nuclear "limitado" poderia rapidamente se transformar em uma guerra nuclear total.
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Para evitar isso, os autores do aviso pediram que os países que possuem armas nucleares adotassem uma política de não utilização em primeiro lugar, retirassem seus arsenais nucleares do alerta de gatilho, e que todos os países com armas nucleares atualmente envolvidos em conflitos se comprometessem "pública e inequivocamente" a não utilizar armas nucleares nesses conflitos.
Os autores também recomendaram que os Estados nucleares trabalhassem para um "fim definitivo" da ameaça nuclear através do apoio de um "início urgente de negociações" para "eliminar suas armas nucleares".
Em 2022, a revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear da ONU, considerado a base do desarmamento nuclear, não foi aprovada depois que os principais países não conseguiram chegar a um acordo.
"Nosso mundo está cada vez mais assolado por conflitos e, o que é mais alarmante, a perspectiva cada vez maior da impensável guerra nuclear", comentou na época o embaixador argentino Gustavo Zlauvinen.
O apelo ocorre em meio às crescentes tensões entre a Rússia, a China e o Ocidente, além dos frequentes testes de mísseis realizados pela Coreia do Norte e as atividades militares dos aliados dos EUA na península da Coreia, incluindo o destacamento de submarinos nucleares.
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