Os EUA estão desafiando o direito da Rússia de usar a Rota Marítima do Norte e acusando-a de militarizar o Ártico, e a OTAN está ao mesmo tempo reforçando suas posições nesse território, disse na quinta-feira (22) Valery Gerasimov, general do Estado-Maior Geral e general das Forças Armadas russas.
"Os EUA e seus aliados também têm como objetivo fortalecer o confronto geopolítico com a Rússia no Ártico. O direito de nosso país de utilizar a Rota Marítima do Norte, que é um dos principais desafios para a segurança na região, está sendo contestado", apontou em um briefing perante adidos militares de países estrangeiros.
"Junto com isto, a OTAN, sob o pretexto de 'reação' às atividades das Forças Armadas da Rússia na região polar, está implementando um conjunto de medidas para fortalecer o 'flanco norte' da aliança e conduzindo uma agressiva campanha informacional acusando a Rússia de militarizar o Ártico", sublinhou Gerasimov.
Segundo ele, a doutrina marítima da Rússia, aprovada neste ano, inclui a plataforma continental além dos 320 quilômetros da zona econômica exclusiva da Rússia na bacia do Ártico e nas águas da Rota Marítima do Norte entre áreas vitais aos interesses nacionais do país.
Ele indicou que a presença das forças russas no Ártico não tem a ver com uma demonstração de força militar, mas com a garantia da segurança do desenvolvimento econômico na região, incluindo a navegação ao longo da Rota Marítima do Norte e a implementação de projetos de extração de recursos naturais.