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Referendo no Equador concede aos EUA maior poder sobre assuntos internos do país, diz socióloga

© AP Photo / Cesar MunozUm soldado guarda uma zona eleitoral durante a votação do referendo proposto por Daniel Noboa para endossar novas medidas de segurança no país, em Olon. Equador, 21 de abril de 2024
Um soldado guarda uma zona eleitoral durante a votação do referendo proposto por Daniel Noboa para endossar novas medidas de segurança no país, em Olon. Equador, 21 de abril de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 24.04.2024
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Em entrevista à Agência Brasil, socióloga diz que a militarização da sociedade proposta no referendo, somada aos acordos militares firmados entre Quito e Washington, representa risco à soberania do Equador.
O referendo realizado no Equador, no último domingo (21), concede aos Estados Unidos maior controle sobre assuntos internos do país, além de aumentar a militarização da sociedade equatoriana. É o que afirmou a socióloga Irene León, diretora da Fundação de Estudos, Ação e Participação Social do Equador (Fedaeps).
Em entrevista concedida à Agência Brasil, ela alertou que as medidas propostas pelo presidente equatoriano, Daniel Noboa, têm caráter mais midiático do que efetivo, e resultarão em uma militarização da sociedade.
"As perguntas que foram colocadas amplificam essa possibilidade de que os militares possam atuar sem responsabilidade frente às leis do país. Amplia a capacidade deles também de atuação em questões que são civis", afirma a socióloga.
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No domingo, 60% dos 13 milhões de eleitores registrados no Equador foram às urnas para responder a um questionário elaborado por Noboa, que trazia 11 questões. Entre as questões em que a maioria respondeu "sim", estavam as que permitiam às Forças Armadas do Equador atuarem como força complementar às políticas de combate à criminalidade e autorizam os militares a controlar vias de acesso a presídios do país.
Segundo a socióloga, a militarização proposta no referendo, somada ao fato de que o governo equatoriano firmou acordos militares com os EUA, coloca em risco a soberania do Equador, uma vez que concede a Washington maior poder sobre o país.

"Porque está ligada a acordos internacionais que os governos, especialmente o último, vêm fazendo com os Estados Unidos. Esses acordos dão aos Estados Unidos o direito de controlar a terra, o mar, o ar, o ciberespaço e, mesmo, de ter tropas no Equador com o status diplomático, e regidas pelo status político do governo dos Estados Unidos", afirma León.

O governo equatoriano firmou dois acordos militares com os EUA em fevereiro deste ano. Os acordos firmados por Noboa foram elaborados ainda na gestão de seu antecessor no cargo, o ex-presidente Guillermo Lasso. Os acordos permitem parcerias entre os países no combate ao narcotráfico, mas muitos de seus pontos não foram divulgados pelo governo.
O Equador vive uma crise de segurança por conta de gangues e facções criminosas que, entre outras coisas, promovem sequestros, ataques e explosões. Em 9 de janeiro, a onda de violência no país ganhou os noticiários internacionais após uma emissora de televisão ser invadida por criminosos durante a transmissão ao vivo de um telejornal. Logo após o ataque, Noboa declarou estado de emergência no país e decretou um toque de recolher às 23h.
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