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Apesar dos riscos pessoais, voluntários ocidentais entregam ajuda humanitária em Donbass

© Sputnik / Valeriy Melnikov / Acessar o banco de imagensUma mulher enxuga lágrimas perto de um comboio de veículos do 38º Comboio Humanitário russo para Donetsk, 17 de setembro de 2015
Uma mulher enxuga lágrimas perto de um comboio de veículos do 38º Comboio Humanitário russo para Donetsk, 17 de setembro de 2015 - Sputnik Brasil, 1920, 31.03.2024
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Para o correspondente da Sputnik, Russell Bentley, "todas as pessoas inteligentes e decentes do mundo que compreendem os fatos reais sobre o que tem acontecido na Ucrânia desde 2013 estão do lado de Donbass, porque nenhuma pessoa decente pode estar do lado de 'nazistas'".
O sofrimento imposto ao povo de Donbass na última década foi brutal e imenso de acordo com o correspondente da Sputnik Russell Bentley.

"Quando pessoas boas veem os outros sofrendo, é natural e normal querer ajudar, e ainda existem milhões de pessoas boas no Ocidente, e é por isso que tem havido muita ajuda humanitária vinda do Ocidente para Donbass desde o início do conflito [ucraniano], e ainda acontece, até hoje. A maior parte chega onde precisa, mas nem toda", declarou Bentley destacando como a ajuda pode chegar até Donbass, o que procurar e o que evitar, quando se trata de contribuir com ajuda humanitária para a região por parte do Ocidente.

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Bentley ainda estava no Batalhão XAH Spetsnaz quando fez sua primeira arrecadação de fundos para ajuda humanitária, no verão (Hemisfério Norte) de 2015.
"Eu tinha feito um vídeo de um horrendo crime de guerra em Gorlovka — a artilharia ucraniana atingiu uma casa civil, destruindo a casa e a família inteira. O pai, Yura, foi morto, a filha mais velha, Katya, de 11 anos, foi morta. A mãe, Anna Tuv, teve o braço esquerdo arrancado acima do cotovelo, e sozinha, em sua casa totalmente destruída, com os corpos mutilados do marido e da filha ao seu lado, teve que fazer seu próprio torniquete — com uma mão — e, em seguida, desenterrar sozinha seu filho de três anos, Zakhar, e sua filha de duas semanas, Milana, debaixo dos escombros de sua casa", conta ele.
Depois de dois dias, ele conheceu Anna no hospital em Donetsk e jurou que a ajudaria com algum dinheiro para que ela tentasse reconstruir sua vida destruída. Bentley voltou à base do XAH e disse ao comandante que arrecadaria US$ 10 mil (R$ 50.128) para Anna comprar um novo braço protético. O comandante riu dele e disse que teria sorte e ficaria impressionado se conseguisse arrecadar ao menos US$ 2 mil (R$ 10.030).
"Quarenta dias depois, dei a Anna US$ 10 mil em dinheiro para começar uma nova vida para ela e seus dois filhos sobreviventes. Não era o meu dinheiro, era dinheiro de seres humanos decentes do Ocidente, pessoas como você, que não conseguiam ver tanta tragédia e brutalidade, e beleza, resiliência e coragem, e não contribuir e se envolver, que, como eu, foram moralmente compelidos a fazer mais do que clicar no ícone da 'carinha triste' nas redes sociais e pensar que fizeram a sua parte. Quando você dá uma contribuição real, você muda o mundo para melhor, você sente e sabe disso, e pode realmente tirar algo bonito de uma situação terrível", contou o repórter.
Entre seu trabalho com a XAH Humanitarian, as missões humanitárias Essence of Time e o fundo de ajuda humanitária Donbass que ele cofundou em 2015, Bentley esteve envolvido na angariação e distribuição de mais de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões) de ajuda humanitária nas repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL), principalmente para civis e igrejas e especialmente para crianças, escolas e orfanatos.
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"Cada centavo de ajuda humanitária que consegui, cada centavo, foi diretamente para aqueles a quem se destinava, para aqueles que precisavam. Nunca recebi um centavo e nunca peguei um, e posso provar isso. Então, se você quiser saber como contribuir para a ajuda humana no Donbass, como obter o melhor retorno do seu investimento e como não ser enganado, ouça, aqui vão alguns bons conselhos", explicou ele destacando duas lições importantes:

Primeira lição: grandes nomes não apenas não significam "confiáveis", mas muitas vezes significam "fraude total". Pessoas boas não ficam ricas fazendo boas ações. Ponto.
Segunda lição: os números contam e devem ser públicos, exatamente quanto entrou, exatamente quanto saiu e exatamente para onde foi. Se eles não mostrarem os números, é muito vago e provavelmente uma farsa.
O correspondente da Sputnik lembra que a verdadeira ajuda humanitária geralmente é dada ao destinatário final, em material real, não em dinheiro. Se um grupo de ajuda humana receber uma doação de US$ 1.500 (R$ 7.519), comprar cinco geradores elétricos por US$ 300 (R$ 1.504) cada, e fizer e publicar um vídeo deles dando cinco geradores para soldados reais na linha de frente, "podemos apostar que esses caras são legítimos", afirmou ele.

Em quem se pode confiar?

"Conheço pessoas 100% sólidas que trazem ajuda humanitária dos EUA, União Europeia [UE] e Rússia para Donbass, que não se importam com dinheiro, que dão mais do que recebem, que arriscam as suas vidas por aqueles que não conhecem e que nunca poderão agradecer ou retribuir, e adoram fazer isso", disse.
Para Bentley, "esse é o tipo de pessoa que o mundo precisa agora mais do que nunca". Encontram-se atualmente em Donbass: a Donbass Humanitarian Aid dos Estados Unidos, a associação russo-alemã Brotherly Souls da Europa e o grupo Moscou-Donbass da Rússia.
"Há uma razão pela qual as pessoas arriscam suas vidas e passam por muito trabalho e dificuldades e não pedem nada em troca. Fazer a coisa certa, ajudar os outros, ser um verdadeiro herói, é a sua própria recompensa e é também o caminho para um mundo melhor para todos que nele vivem e para todos os que virão. E isso é suficiente. Davai!", concluiu.
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