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Diplomacia europeia sob risco: Roma alerta que França e Polônia não falam pela OTAN

© AFP 2023 / Geoffroy van der HasseltO ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, chega para participar da Conferência Europeia de Defesa Aérea, reunindo 18 ministros da Defesa, em Les Invalides, Paris, 19 de junho de 2023
O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, chega para participar da Conferência Europeia de Defesa Aérea, reunindo 18 ministros da Defesa, em Les Invalides, Paris, 19 de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 10.03.2024
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O envio de tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para a Ucrânia bloquearia quaisquer esforços diplomáticos para acabar com o conflito entre Kiev e Moscou, alertou Roma.
Paris e Varsóvia não têm o direito de falar em nome de todos os membros da OTAN quando se trata do envio de tropas para a Ucrânia, disse o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, ao jornal La Stampa, em uma entrevista publicada neste domingo (10). Tal medida só levaria a uma escalada e prejudicaria quaisquer potenciais esforços diplomáticos para acabar com as hostilidades entre Kiev e Moscou, acrescentou a autoridade.
O ministro comentava as recentes declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, e do ministro das Relações Exteriores polonês, Radoslaw Sikorski, cada um dos quais cogitou a possibilidade de enviar tropas do bloco liderado pelos EUA para ajudar Kiev.
Na última sexta-feira (8), o principal diplomata polonês afirmou que a operação militar especial da Rússia na Ucrânia exige uma "escalada assimétrica" por parte do Ocidente, acrescentando que "a presença de forças da OTAN na Ucrânia não é impensável". O próprio Macron afirmou repetidamente que manteve as suas observações e disse ainda que Paris "não tem limites ou linhas vermelhas" na questão da assistência a Kiev.

"A França e a Polônia podem falar por si mesmas, [mas] não em nome da OTAN", disse Crosetto sobre os acontecimentos. Ele também afirmou que apresentar tais argumentos agora "não faz sentido". Qualquer potencial envio de tropas da OTAN para a Ucrânia "significa dar um passo no sentido de uma escalada unilateral que bloquearia o caminho para a diplomacia", alertou o ministro.

De acordo com Crosetto, é na diplomacia que os apoiadores ocidentais de Kiev devem se concentrar, uma vez que, de qualquer forma, estão lutando para acompanhar a capacidade de produção militar da Rússia. Moscou está "mais equipada e ágil do que a OTAN" no que diz respeito à produção militar, disse o ministro da Defesa, acrescentando que "o Ocidente descobriu que tem uma capacidade de produção muito inferior à da Rússia".
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O ministro observou particularmente que a OTAN, sediada em Bruxelas, conseguiu aumentar um pouco a sua capacidade de produção de munições em um ano, desde que prometeu fornecer a Kiev um milhão de munições de artilharia, mas que "ainda permanece inferior à russa".
Sob tais circunstâncias, o Ocidente "deve dar todo o apoio possível a Kiev", mas deveria também "pensar em ajudar" a Ucrânia de "outra forma", disse Crosetto, acrescentando que as nações ocidentais deveriam "ativar canais diplomáticos".
Anteriormente, o Papa Francisco apelou a Kiev para "ter a coragem" de iniciar conversações com Moscou para salvar vidas, em vez de permitir que o derramamento de sangue continue. O pontífice disse também que não faltavam nações e atores internacionais, incluindo ele próprio, dispostos a atuar como mediadores nesse sentido.
Moscou afirmou repetidamente que está pronta para conversações com Kiev a qualquer momento, desde que a realidade no terreno seja levada em conta. Kiev se retirou das negociações de Istambul com a Rússia na primavera (Hemisfério Norte) de 2022 e desde então apresentou um "plano de paz" que exige a retirada das tropas russas de todos os territórios que a Ucrânia reivindica como seus antes mesmo de qualquer conversação poder começar. A Rússia rejeitou essas exigências considerando-as "absurdas".
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