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Em coletiva de imprensa anual, Lavrov confirma visita ao Brasil para reunião do G20 em fevereiro

© Sputnik / Ramil SitdikovMinistro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, discursa na coletiva de imprensa anual em Moscou em 18 de janeiro de 2024
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, discursa na coletiva de imprensa anual em Moscou em 18 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 18.01.2024
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Nesta quinta-feira, 18 de janeiro, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, efetuou uma coletiva de imprensa anual durante a qual avaliou a atual situação na arena internacional e apresentou os resultados da diplomacia russa no ano passado.
Segundo informou a representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova, cerca de 190 jornalistas russos e 170 jornalistas e representantes da mídia estrangeira foram acreditados para o evento e terão a possibilidade de fazer perguntas ao chefe da diplomacia da Rússia. Duas coletivas anteriores de Lavrov duraram aproximadamente três horas.
O ministro russo declarou que visitará o Brasil no final de fevereiro para a reunião do G20, bem como outros países da América Latina.

Objetivo da Rússia para 2024 é se livrar da dependência do Ocidente

Em 2024 a Rússia tem o objetivo de se livrar de qualquer dependência do Ocidente na economia e nas cadeias de suprimentos, disse Lavrov na coletiva.
"Os objetivos são claros: livrar-se de qualquer necessidade de depender dessas cadeias de produção e distribuição, financeiras, bancárias, de logística que, de uma forma ou de outra, são controladas ou fortemente influenciadas por nossos colegas ocidentais", disse ele.
As relações entre a Rússia e a China estão atravessando o melhor período da história de muitos séculos, observou o chanceler russo.

Rússia prestará atenção à integração dos novos membros no BRICS

Lavrov disse que a Rússia prestará especial atenção à boa integração dos novos membros do BRICS no trabalho do órgão.
"A Rússia, que está presidindo o BRICS desde 1º de janeiro, obviamente prestará uma atenção especial para que os novos membros tenham uma boa integração em nosso trabalho comum", declarou o chefe da diplomacia russa na coletiva de imprensa.

Escalada do conflito ucraniano cria riscos estratégicos

O presidente da Ucrânia Vladimir Zelensky "está desobedecendo cada vez mais" aos seus patrocinadores ocidentais, declarou o chanceler russo falando sobre as eleições presidenciais que não chegaram a ser realizadas na Ucrânia. A razão é o desejo de permanecer no poder por mais tempo possível, disse o ministro russo.

O Ocidente indo no sentido de uma escalada do conflito ucraniano, isso cria riscos estratégicos adicionais, afirmou Lavrov, acrescentando que Moscou não está vendo interesse dos EUA e da OTAN em resolver o conflito.

Ele ressaltou que as autoridades de Kiev foram proibidas de assinar um acordo já delineado com a Rússia "por ordem do [então premiê britânico Boris] Johnson e outros anglo-saxões". Entretanto, a Rússia não se recusa a conduzir negociações.
Rússia vai alcançar todos os alvos na operação militar especial na Ucrânia, ressaltou Lavrov.
No decorrer da coletiva de imprensa, Lavrov chamou de rumores as informações da mídia sobre supostas negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia, observando que não será a Ucrânia a decidir quando o conflito deve terminar.
Ele observou ser evidente para todos que não é a Ucrânia que vai decidir quando parar o conflito e discutir seriamente as condições realistas. "É claro que devemos falar sobre isso com o Ocidente", disse o ministro.

Situação tensa no Oriente Médio

Em relação a outros assuntos internacionais, e nomeadamente em relação à situação tensa no Oriente Médio, o chanceler russo disse que os EUA e Reino Unido pisotearam as normas do direito internacional ao iniciarem os ataques ao território de Iêmen, que são uma ilegalidade sem uma resolução da ONU.
"Evidentemente os EUA, junto com os britânicos, violaram, simplesmente pisotearam, todas as normas concebíveis do direito internacional, incluindo a resolução do Conselho de Segurança, que só apelava para a proteção do transporte marítimo comercial. Ninguém autorizou a bombardear o Iêmen", disse o ministro.
Lavrov comparou a ilegalidade cometida no Iêmen às ações dos países ocidentais contra a Líbia, que foi bombardeada, "transformada em um buraco negro".
A Rússia sabe dos contatos semiconfidenciais sobre a resolução do conflito palestino-israelense com a participação dos EUA, Israel e certos Estados árabes, eles não terão sucesso, a paz só pode ser alcançada através do diálogo direto, disse o ministro das Relações Exteriores russo.

Diálogo estratégico congelado: Ocidente quer manter domínio mundial

Os EUA, que congelaram o diálogo estratégico com a Rússia, criaram condições inaceitáveis para a implementação de acordos de desarmamento, disse Lavrov. Ele salientou que Washington tem procurado consistentemente garantir a sua "liberdade de ação", desmantelando passo a passo o sistema de vários acordos de controle de armas.
"O mesmo aconteceu com o Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa e com o próprio [Tratado de Redução de Armas Estratégicas] Novo START porque os EUA criaram condições inaceitáveis para a sua implementação. Recordo que foi precisamente o lado americano que congelou o diálogo estratégico bilateral da época, referindo-se ao contexto político e militar desfavorável", disse o ministro.
Lavrov disse também que, em dezembro de 2023, a Rússia entregou a Washington sua avaliação sobre a estabilidade estratégica e alertou que não havia alternativas.
Os países ocidentais estão tentando manter um domínio mundial ilimitado, mas se deparam com obstáculos, incluindo a posição da Rússia.
"Um desses obstáculos é a Rússia, que mostrou sua determinação de não permitir que seus interesses sejam prejudicados, interesses de uma grande potência, de um dos centros civilizacionais do mundo", acrescentou Lavrov.
No Ocidente, fala-se cada vez mais de um choque entre potências nucleares, há cada vez menos fatores dissuasores, disse Lavrov.
"Seu objetivo [dos EUA] é claro … tentar de alguma forma controlar o nosso arsenal nuclear, minimizar os riscos nucleares para eles. E os riscos, é claro, surgem devido à pressão coercitiva sobre o nosso país. Lá já se fala cada vez mais da possibilidade de um choque direto entre potências nucleares. Neste sentido, no Ocidente há cada vez menos fatores dissuasores", declarou o chanceler russo.
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