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Países árabes preparam resolução na Assembleia Geral da ONU sobre Gaza e Israel

© AP Photo / Hatem AliPalestinos tentam salvar pessoas que ficaram feridas após bombardeio israelense em área residencial na Faixa de Gaza. Rafah, 23 de outubro de 2023
Palestinos tentam salvar pessoas que ficaram feridas após bombardeio israelense em área residencial na Faixa de Gaza. Rafah, 23 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 25.10.2023
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Com a possibilidade de uma sessão extraordinária da Assembleia Geral da ONU nesta quinta-feira (26), os países árabes preparam um projeto de resolução para ser votado pelos membros sobre a situação em Israel e na Faixa de Gaza. A informação foi revelada por uma fonte da ONU à Sputnik. O número de mortos no conflito já passa de oito mil pessoas.
O texto preparado por países como Catar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita pede um cessar-fogo imediato, ainda que todas as partes envolvidas no conflito cumpram com suas obrigações em relação aos direitos humanos internacionais, como a proteção dos civis e das infraestruturas. No Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), propostas do Brasil e da Rússia sobre a questão chegaram a ser rejeitadas.
"[O documento] exige também o fornecimento imediato, contínuo, suficiente e irrestrito de bens e serviços essenciais aos civis em toda a Faixa de Gaza, incluindo acesso ilimitado a água, alimentos, suprimentos médicos, combustível e eletricidade", aponta o projeto.
Além disso, as nações pedem o acesso imediato da Agência de Assistência e Obras da ONU ao território palestino e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para facilitar a entrega de ajuda humanitária. Os caminhões com alimentos, água e remédio começaram a chegar na Faixa de Gaza no último sábado (21), mas o fornecimento chegou a ser paralisado por conta dos intensos bombardeios de Israel próximos ao posto de Rafah, na fronteira entre o território e o Egito.
Conforme a ONU, são necessários pelo menos 100 caminhões por dia para amenizar a crise humanitária sem precedentes que passam os quase 2,3 milhões de moradores da Faixa de Gaza. Entre os mortos, quase três mil são crianças, e os hospitais da região já estão em situação de colapso. Diante da falta de água potável, muitas pessoas já recorrem a fontes poluídas.
A resolução também apela pela "libertação imediata de todos os civis" e, ainda, pela necessidade de um mecanismo imediato para proteger a população civil palestina. Pelo menos 220 pessoas seguem mantidas reféns pelo Hamas desde o dia 7 de outubro, quando os ataques-surpresa do movimento deram início ao conflito, que se concentra em Gaza. Ainda há bombardeios na fronteira com o Líbano, com o acirramento das tensões entre Israel e o Hezbollah.

Agência da ONU pode parar atividades

Em meio aos bloqueios por terra, mar e água que já duram quase 20 dias — inclusive com a interrupção do fornecimento de energia elétrica —, a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para Refugiados da Palestina (UNRWA, no original) informou nesta quarta que vai parar as atividades na Faixa de Gaza. O motivo é o impedimento por Israel da chegada de combustível.

"A agência é, de longe, a maior fornecedora de ajuda humanitária em Gaza e já alerta que, ao menos que seja autorizada a entrada de combustível imediatamente, […] será forçada a parar suas operações nesta noite", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.

Considerado um dos territórios mais vulneráveis do mundo, a Faixa de Gaza tem mais de 80% da população em situação de pobreza, com índices de desemprego que ultrapassam 45%. Por conta disso, o território é extremamente dependente da ajuda humanitária de entidades como a ONU.
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Histórico do conflito

Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou a criação de dois Estados — um judeu e um árabe. Em 14 de maio de 1948, Israel declarou sua independência.
Imediatamente depois, Egito, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque começaram uma guerra contra o Estado recém-formado. Durante a Guerra dos Seis Dias (1967), Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (margem ocidental do rio Jordão), incluindo Jerusalém Oriental. Surgiram as colônias de judeus em terra palestina, levando ao deslocamento em massa dos moradores do território.
Após a Primeira Intifada (manifestação de resistência dos palestinos contra as autoridades israelenses nos territórios ocupados, que durou de 1987 a 1993), foi assinado o acordo de paz de Oslo. Foi um período de transição de cinco anos, quando era para começar a redistribuição de tropas israelenses da Faixa de Gaza e da Cisjordânia e terminar com a determinação do status final dos territórios palestinos.
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Em 2005, Israel, de forma unilateral, retirou-se completamente da Faixa de Gaza sem qualquer acordo político. Em 25 de janeiro de 2006, eleições legislativas foram realizadas pela segunda vez. Duas organizações se destacaram: o Hamas ganhou a maioria dos assentos (80), enquanto o Fatah levou 43 assentos no Conselho Legislativo Palestino (CLP).
O Hamas assumiu o controle total do território de Gaza, depois de expulsar a maioria dos ativistas do Fatah (que não era mais governo). Em 29 de novembro de 2012, a Palestina recebeu o status de Estado observador nas Nações Unidas, evento que é amplamente considerado o reconhecimento de fato do Estado palestino pela comunidade internacional.
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