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Congresso x STF: 'Não é possível que as cortes sejam obrigadas a decidir tudo', diz Fux

© Foto / Marcelo Camargo/Agência BrasilLuiz Fux, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 2 de outubro de 2018, durante homenagem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aos 30 anos de promulgação da Constituição da República
Luiz Fux, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 2 de outubro de 2018, durante homenagem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aos 30 anos de promulgação da Constituição da República - Sputnik Brasil, 1920, 29.09.2023
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Luiz Fux, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrou sua insatisfação com os recentes embates entre os magistrados e o Congresso Nacional nesta sexta-feira (29). Para o ministro, não é papel do STF decidir sobre todos os temas que estão em discussão pela sociedade.
Os atritos entre os poderes Judiciário e Legislativo ocorrem há anos. No entanto, nos últimos tempos, alguns temas em especial têm causado choques mais fortes entre os ministros e os congressistas, como a recente votação do marco temporal, a descriminalização do aborto e a questão do porte de maconha para uso próprio.
"Não é possível que as cortes sejam obrigadas a decidir tudo, porque elas caem em desagrado da opinião pública em níveis alarmantes. E o problema não é nosso", afirmou o ministro em um evento voltado para o mercado financeiro.
Fux comparou o sistema de Justiça do Brasil com o dos EUA, onde a corte máxima pode decidir se cabe a ela julgar ou não um caso naquele momento. No Brasil, disse o ministro, o único recurso que há para adiar o julgamento de uma questão é o "pedido de vista".

"Suponhamos que a sociedade brasileira hoje tem preocupação com a liberação das drogas, não sabe até onde isso vai parar. Tem um desacordo moral na sociedade, nos Estados Unidos não julga. Porque eles têm uma cláusula que diz assim: 'Se houver essa questão, se a própria corte entender que não é o momento de julgar, ela não julga'. O que utilizamos [no Brasil]? Pedido de vista."

Congresso quer PEC para reverter decisões do STF

Como ressaltado por Fux, o grande escopo do trabalho do STF tem gerado repercussões por parte do púbico. Na última quinta-feira (28), foi protocolada na Câmara dos Deputados a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 50/2023, que altera o artigo 49 da Constituição de modo a permitir ao Congresso reverter decisões do STF que "extrapolem os limites constitucionais".
Apresentada pelo deputado federal Domingos Sávio (PL-MG), a proposta recebeu a assinatura de 175 deputados. "Todo dia vem uma decisão do STF contrariando o que a lei diz. Esse ativismo político do STF está acabando com a democracia brasileira", disse Sávio.
A PEC ainda precisará ser discutida em plenário e ser aprovada por três quintos dos votos da Câmara (308) e do Senado (49). Ainda não há previsão de quando a matéria será analisada pelos parlamentares.
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