Hipocrisia, ambição e destruição: testes nucleares dos EUA devastaram Ilhas Marshall

© AP Photo / Laboratório Nacional de Los Alamos A nuvem de cogumelo do Ivy Mike (codinome dado ao teste) se eleva acima do Oceano Pacífico sobre o Atol Enewetak nas Ilhas Marshall em 1 de novembro de 1952
A nuvem de cogumelo do Ivy Mike (codinome dado ao teste) se eleva acima do Oceano Pacífico sobre o Atol Enewetak nas Ilhas Marshall em 1 de novembro de 1952 - Sputnik Brasil, 1920, 30.08.2023
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Em 29 de agosto, a Assembleia Geral da ONU declarou o Dia Internacional contra Testes Nucleares.
Após a declaração da ONU, a Sputnik recordou como as Ilhas Marshall se tornaram o principal campo de teste para as armas atômicas americanas durante a Guerra Fria.
As Ilhas Marshall é um país que consiste em uma cadeia de ilhas vulcânicas e atóis de coral no centro do oceano Pacífico, entre o Havaí e as Filipinas. Uma delas é a Runit, lar dos resíduos radioativos dos EUA.
A Runit conta com uma estrutura de 115 metros de largura que abriga mais de 90 mil metros cúbicos de solo radiativo e detritos, um produto do programa secreto de testes nucleares de Washington desde a Guerra Fria.
© Foto / Domínio públicoVista aérea da Cúpula de Runit. A cúpula está na cratera criada pelo teste de armas nucleares "Cactus" realizado em 1958
Vista aérea da Cúpula de Runit. A cúpula está na cratera criada pelo teste de armas nucleares Cactus realizado em 1958 - Sputnik Brasil, 1920, 30.08.2023
Vista aérea da Cúpula de Runit. A cúpula está na cratera criada pelo teste de armas nucleares "Cactus" realizado em 1958
Esta tumba radiativa está envelhecendo e se rachando, aumentado os riscos de uma futura contaminação.
Além de ser palco de várias detonações nucleares de Washington, o local também foi usado para testes de armas biológicas.
O professor Joe Siracusa, autor do livro "A History of US Nuclear Testing and its Influence on Nuclear Thought" (A história dos testes nucleares dos EUA e sua influência no pensamento nuclear, em português), 1945-1963 (2014), afirmou à Sputnik que na ocasião, a questão central discutida por políticos, generais, civis e cientistas americanos era o motivo desses testes e se eram realmente necessários.
"Os testes foram amplamente debatidos entre políticos, generais, civis e cientistas americanos e, em última análise, foi uma vitória para aqueles que argumentaram a favor da segurança nacional em detrimento dos custos diplomáticos e ambientais que normalizaram os testes de armas nucleares", afirmou.
Não satisfeito, em 1946 e 1948, Washington "realocou" os moradores do atol de Bikini e de Enewetak, para expandir seus testes nucleares. Vale ressaltar, que mesmo com a realocação, os moradores foram atingidos por precipitações nucleares.
Os testes americanos estão ligados à contaminação radiológica, precipitação e efeitos na saúde dos habitantes, destacou o professor.
Para a acadêmica Emily Spiller, as ações americanas causaram grandes impactos nos habitats marinhos, além de tornar muitas das ilhas inabitáveis, e provocar doenças naqueles que decidiram não deixar o local.
Na década de 1990, Washington aceitou a responsabilidade pela compensação dos cidadãos das Ilhas Marshall, pelas perdas ou danos causados pelos testes nucleares contra as pessoas e propriedades da região, entre 30 de junho de 1946 a 18 de agosto de 1958.
Mesmo com os danos causados e bilhões gastos pelos americanos, Washington segue armazenando armas nucleares para além do mar.
A administração Biden está avançando com o acordo de um submarino nuclear com a Austrália na região da Ásia-Pacífico, demonstrando sua disposição em continuar com sua expansão nuclear sob falsos pretextos e "ameaças imaginárias" criadas em prol de seus próprios interesses, uma política totalmente contrária ao Dia Internacional contra Testes Nucleares".
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