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Como os EUA e Kiev tentam envolver a OTAN ainda mais no conflito na Ucrânia?

© AP Photo / Susan WalshJoe Biden, presidente dos EUA, se reúne com Vladimir Zelensky, presidente da Ucrânia, nos bastidores da Cúpula do G7 em Hiroshima, Japão, 21 de maio de 2023
Joe Biden, presidente dos EUA, se reúne com Vladimir Zelensky, presidente da Ucrânia, nos bastidores da Cúpula do G7 em Hiroshima, Japão, 21 de maio de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 24.07.2023
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Um almirante aposentado russo deu sua opinião sobre o atual e o futuro papel dos aliados ucranianos, concluindo que o apoio na área marítima não deve ser muito grande.
A OTAN deve atirar contra navios de guerra russos em resposta a um ataque deles saindo ou entrando em portos ucranianos, disse James Stavridis, um almirante aposentado da Aliança Atlântica em um artigo de sexta-feira (21) publicado na revista norte-americana Foreign Policy.
Na opinião de Vasily Dandykin, capitão de 1ª classe da reserva russo, e especialista militar, tal decisão acarretaria vários tipos de riscos.
Ele mencionou como isso violaria a Convenção de Montreux dos anos 1930, que restringe o tempo de acesso ao mar Negro, e como a Turquia fechou desde o princípio da operação militar especial da Rússia na Ucrânia o mar a todos os navios de guerra, incluindo de países com acesso a ele.
"Eles estão pedindo [à Turquia para intervir], mas como a Turquia deve fazer isso?", questionou Dandykin.
"Essa é uma questão de princípio para Ancara. É essa a base da chamada independência do país e seu comportamento, sobre o qual eles basicamente constroem sua política. Se a Turquia o violar, o status do país cairá", explicou.
O analista observou que, embora Ancara tenha entregue drones Bayraktar a Kiev e tenha mantido contato com Vladimir Zelensky, o país também mantém contatos estratégicos com Moscou.
"A Turquia tem uma história secular de, vamos chamá-la de 'política de bazar', de acordos, baseados no que é lucrativo e no que não é lucrativo, então provavelmente há um mal-entendido entre as potências ocidentais com relação à posição desse parceiro específico", destacou ele.
"A Turquia precisa de uma guerra com a Rússia? A Turquia tem relações com a Rússia em várias áreas: na construção de usinas nucleares e gasodutos até o turismo, e assim por diante, então essa discussão [sobre escoltas turcas para navios ucranianos] é puramente hipotética", disse Dandykin.
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Por outro lado, "a Turquia realmente tem uma frota bastante poderosa, ao contrário da Bulgária e da Romênia", as outras potências da OTAN adjacentes ao mar Negro apontadas por Stavridis como candidatas à missão de escolta, citou Dandykin.
"A Frota do Mar Negro [da Rússia] seria capaz de rechaçar as frotas desses países, e não só. Afinal, a frota não consiste apenas de navios, que, a propósito, estão armados com mísseis de cruzeiro Kalibr", notou.
"[Ela também tem] sistemas de mísseis costeiros, armados com mísseis Oniks praticamente indestrutíveis, e os complexos [de defesa costeira] Bal, aviação naval e muito mais. Isso se estivermos falando da Crimeia. Mas há também a base naval de Novorossiysk. Em outras palavras, o mar Negro não é grande o suficiente, digamos assim, para que uma aposta tão imprudente seja bem-sucedida", sublinhou o especialista russo.

Convenção de Montreux

Quanto às potências da OTAN fora do mar Negro, incluindo os EUA, sua entrada no corpo d'água para escoltar navios de grãos ucranianos violaria a Convenção de Montreux de 1936, que restringe a presença de navios de guerra estrangeiros no mar a 21 dias, apontou ele.
Em última análise, Vasily Dandykin acredita que há um certo "limite" além do qual os parceiros da Ucrânia na OTAN, os EUA e o Reino Unido em particular, não ousarão ir. Assim, ele resumiu que as propostas de Stavridis de enviar navios de guerra da aliança para escoltar navios de grãos ucranianos é um sonho impossível.
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