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Divergência entre Brasil e China sobre ampliação do BRICS e da ONU 'é visível', diz mídia brasileira

© AP Photo / Mark SchiefelbeinUm homem ajusta a bandeira chinesa durante uma coletiva de imprensa na embaixada brasileira em Pequim em Pequim, 14 de abril de 2023
Um homem ajusta a bandeira chinesa durante uma coletiva de imprensa na embaixada brasileira em Pequim em Pequim, 14 de abril de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 06.07.2023
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Apesar da forte parceria comercial e da amizade, Pequim e Brasília descordam da forma como a expansão do BRICS e do Conselho de Segurança da ONU deve acontecer, uma vez que os dois têm objetivos diferentes. Movimento chinês poderia até levar o Brasil a desengajar no BRICS, diz jornal brasileiro.
Em uma nova ordem mundial que começa a engatinhar para se estabelecer no mundo, um dos grupos com mais destaque é o BRICS, visto que é formado por países que acreditam no conceito de multipolaridade e queda da hegemonia.
Com esse viés, o BRICS tem atraído cada vez mais a atenção do mundo e, naturalmente, novos países pedem para entrar no organismo. Na reunião de ministros de Relações Exteriores do grupo em junho, 13 países manifestaram o interesse à adesão.
Entretanto, sobre a expansão do bloco, há uma divergência clara entre dois membros: China e Brasil. O lado chinês tem pressa para promover a ampliação, já o lado brasileiro está mais cauteloso e propõem uma expansão com matizes do que é feito no Mercosul.
Em reunião nesta semana em Durban, na África do Sul, o impasse continuou e o tema foi empurrado para a cúpula de líderes marcada para 22 a 24 de agosto em Joanesburgo, segundo o jornal Valor Econômico.
Ministério das Relações Exteriores da Rússia, à esquerda, o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, a ministra das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Naledi Pandor, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o ministro das Relações Exteriores da Índia Subrahmanyam Jaishankar posa para foto de família durante reunião de chanceleres do BRICS, na Cidade do Cabo, África do Sul. Uso editorial apenas, sem arquivo, sem uso comercial. Ministério das Relações Exteriores da Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 05.07.2023
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Portanto, haverá muita pressão para que uma decisão sobre a ampliação ocorra no retiro dos presidentes. Retiro é onde Luiz Inácio Lula da Silva e os outros líderes terão o "constrangimento" de estarem sós. Em meio a bajulação ou argumentos pesados ou ambos, pode ocorrer um movimento para a cúpula tomar algum passo, escreve o jornal.
A mídia afirma que o Brasil defende que a expansão consista em ter uma categoria intermediária de parceiros, para manter a unidade desse grupo que congrega países com características especiais.
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Já Pequim, vê na ampliação uma coalizão de países em torno do polo chinês para contrapor-se à coesão do G7 que tenta frear as ambições mundiais da China. A divergência entre os dois pontos de vista é visível, diz a mídia.
O gigante asiático estaria buscando um movimento mobilização contra o bloco ocidental, em torno de agendas anti-G7, o que não seria do interesse do Brasil e nem da Índia.
A mídia ressalta que Nova Deli é ainda mais radical que o Brasil contra a expansão do BRICS, mas tem outras considerações políticas, como a disputa de influência com a China no Oriente Médio.
Da esquerda para a frente, o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, a ministra das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Naledi Pandor, o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar e O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, posa para uma foto de família durante uma conferência dos Amigos dos BRICS, na Cidade do Cabo, África do Sul, 2 de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 06.06.2023
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Ao mesmo tempo, Brasília tem defendido uma outra ampliação: a do Conselho de Segurança da ONU.
Neste ponto, o governo de Xi Jinping e de Lula também divergem, uma vez que, segundo a mídia, a China tem sido o país mais reacionário no Conselho de Segurança, já que enxerga risco de a reforma empoderar outros países, como o Brasil, Alemanha, Índia, que poderão ampliar sua capacidade de ter posições independentes, que podem coincidir ou não com a China.
Já a Rússia é a favor do ingresso de outros países no concelho, algo que ficou claro com as declarações dadas na semana passada pelo chanceler russo, Sergei Lavrov, quando defendeu a entrada de nações da América Latina, África e Ásia, conforme noticiado.
De volta ao BRICS, o jornal complementa que em vez de expansão ampla, a sinalização brasileira por uma categoria intermediária de parceiros lembra a figura de Estados associados ao Mercosul. Mas se a abertura do bloco ocorrer como Pequim pretende, o que pode acontecer com Brasília no grupo?
O Brasil pode promover um gradual desengajamento, onde ele participaria, mas iniciativas atuais de cooperação como no campo espacial, no grupo de vacinas e outras áreas de trabalho em ciência e tecnologia sofreriam fortemente, escreve o Valor Econômico.
Contudo, se o BRICS realmente impulsionar uma ampliação, no quesito América Latina, o candidato mais natural seria a Argentina, a qual já expressou publicamente em viagens do presidente Alberto Fernández à Rússia e China feitas no ano passado, sua intenção de aderir ao bloco.
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