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PF diz que Bolsonaro estava ciente sobre 'fraude' no cartão; dados foram inseridos por secretário

© AP Photo / Eraldo PeresO ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro fala à imprensa do lado de fora de sua casa depois que agentes da Polícia Federal cumpriram um mandado de busca e apreensão em Brasília, Brasil, 3 de maio de 2023
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro fala à imprensa do lado de fora de sua casa depois que agentes da Polícia Federal cumpriram um mandado de busca e apreensão em Brasília, Brasil, 3 de maio de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 03.05.2023
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Em meio à operação deflagrada pela Polícia Federal hoje (3), novas informações sobre o caso vieram à tona. De acordo com a representação enviada pela PF ao STF, Bolsonaro estava ciente do esquema para inserir dados falsos em seu cartão de vacinação no sistema de saúde brasileiro.
De acordo com a corporação, diferente do que foi verbalizado mais cedo pelo ex-presidente, Jair Bolsonaro, o ex-mandatário tinha conhecimento do esquema de fraude feito com seu cartão de vacinação, de sua filha mais nova e aliados.
A articulação para inserção de dados fraudulenta no sistema do Ministério da Saúde teria sido articulada pelo tenente-coronel Mauro Cid – seu ex-ajudante de ordens que foi preso hoje – e Marcelo Câmara, outro coronel do Exército e assessor especial do gabinete pessoal do ex-presidente, relata a Folha de São Paulo.

"Jair Bolsonaro, Mauro Cid e, possivelmente, Marcelo Câmara tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação, se quedando inertes em relação a tais fatos até o presente momento", diz a PF citada pela mídia.

A corporação detalhou minuto a minuto como foram as alterações no sistema e a emissão do cartão de vacinação de Bolsonaro na representação encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a mídia.
No documento, a PF mostra como o ex-mandatário se uniu ao secretário de governo de Duque de Caixas, João Carlos Brecha, que foi preso, e aos assessores Mauro Cid e Marcelo Câmara para inserir dados falsos de vacinação contra o coronavírus no sistema.
João Carlos é secretário de Governo do município fluminense desde 2017, nas gestões do prefeito Washington Reis Oliveira (MDB), político que é um dos principais aliados de Bolsonaro na região. O secretário teria inserido dados de 60 imunizações, diz a PF segundo o jornal O Globo.
Ainda de acordo com o texto da representação assinada pelo delegado Fábio Alvarez Shor, após a data de inserção dos dados falsos de vacinação, o usuário associado ao ex-presidente no ConcecteSUS emitiu certificado de vacinação contra a COVID-19 em 22, 27 e 30 de dezembro de 2022 e em 14 de março de 2023. Bolsonaro viajou aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022, onde ficou até março deste ano.
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Além disso, Bolsonaro não esteve no município em 13 de agosto do ano passado, data em que, segundo os dados inseridos por Sousa Brecha, teria tomado a primeira dose da vacina da Pfizer contra o coronavírus.
"Tais condutas, contextualizadas com os elementos informativos apresentados, indicam que as inserções falsas podem ter sido realizadas com o objetivo de gerar vantagem indevida para o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro relacionada a fatos e situações que necessitem de comprovante de vacinação contra a COVID-19", afirma a PF.
A Polícia Federal também cita no pedido de busca que o acesso ao aplicativo do ConecteSUS e a emissão do certificado de vacinação se deram por meio do celular de Mauro Cid.
Na manhã desta quarta-feira (3), agentes da Polícia federal cumpriram 16 mandados de busca e apreensão, e outros seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro no âmbito da investigação que analisa se dados foram fraudados no sistema de saúde brasileiro por aliados de Bolsonaro.
Um dos mandados de busca e apreensão foram na casa do próprio ex-mandatário, o qual teve seu celular apreendido. Mais tarde, Bolsonaro disse à imprensa que não se vacinou, mas que "não existe adulteração" de sua parte.
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