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Exército mexicano é acusado de usar sistema Pegasus e espionar mais que qualquer outra instituição

© Foto / @RonDeibertO defensor de direitos humanos do Centro Pró Direitos Humanos Miguel Agustín, Santiago Aguirre
O defensor de direitos humanos do Centro Pró Direitos Humanos Miguel Agustín, Santiago Aguirre - Sputnik Brasil, 1920, 19.04.2023
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O México tem sido acusado de ser o país que mais usou o programa de spyware Pegasus no mundo, aponta uma investigação do jornal The New York Times, que afirma que o governo do país latino-americano tem usado esse sistema de espionagem nos últimos meses contra dois defensores dos direitos humanos.
Em artigo publicado na terça-feira (18), o jornal apontou que o Exército mexicano usou esse software no segundo semestre de 2022 contra pelo menos dois advogados de defesa dos direitos humanos, apesar de o presidente Andrés Manuel López Obrador ter dito que em seu governo, supostos criminosos são espionados apenas para combater a violência causada pelo crime organizado.
Segundo o The New York Times, Santiago Aguirre e María Luisa Aguilar, dois advogados do Centro Pró Direitos Humanos Miguel Agustín, foram espionados com Pegasus de junho a setembro de 2022.
O Centro Prodh — como é conhecida a organização Aguirre e Aguilar — representa legalmente os pais dos 43 alunos da Escola Normal Rural Ayotzinapa, desaparecidos nos dias 26 e 27 de setembro de 2014 em Iguala, Guerrero. Este caso é considerado um dos episódios mais trágicos da história recente do México, especialmente por colocar o governo do ex-presidente Enrique Peña Nieto (2012-2018) no limite e exibir a impunidade das autoridades.
A mídia norte-americana indica que Aguirre recebeu um e-mail da Apple, em dezembro de 2022, avisando-o de que seu celular poderia ter sido comprometido por estar infectado por um sistema de espionagem "por invasores patrocinados por um Estado".
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Organizações civis como a Rede em Defesa dos Direitos Digitais, Social TIC e Artigo 19, com apoio técnico do Citizen Lab center, uma instância da Escola Munk de Assuntos Globais e Políticas Públicas da Universidade de Toronto, confirmaram que ambos os números telefônicos de Aguirre e de Aguilar foram infectados pelo Pegasus em um momento crucial para a investigação do caso Ayotzinapa.
No segundo semestre de 2022, o chefe da Unidade Especial de Investigação e Contencioso do caso Ayotzinapa, Omar Gómez Trejo, renunciou. Além disso, foi emitido um mandado de prisão contra o ex-advogado Jesús Murillo Karam e foram cancelados mandados de prisão contra um grupo de militares por sua suposta participação no desaparecimento dos jovens normalistas.
Esta não é a primeira vez que o Centro Prodh é espionado pelo Pegasus. Em 2017, uma investigação realizada pela Rede em Defesa dos Direitos Digitais, TIC Social e Artigo 19 constatou que três pessoas do Centro Prodh receberam mensagens infecciosas para violar seus telefones, informou o centro em comunicado.
"Acreditamos que a gravidade do fato de continuar ocorrendo espionagem não deve ser minimizada, pois os repetidos ataques contra defensores e jornalistas mostram um Exército que, ao agir sem controle e se fortalecer como nunca, já se tornou uma ameaça à democracia e a um Ministério Público incapaz de investigar crimes complexos para reverter a impunidade e, assim, favorecer a repetição de violações de direitos humanos", apontou a organização na época.
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Em sua reportagem, o The New York Times indica que, atualmente, o Exército mexicano é o único que utiliza o spyware desenvolvido pela empresa israelense NSO, segundo declarações de três fontes familiarizadas com o assunto.
Ainda segundo o jornal norte-americano, desde o início do governo de López Obrador, jornalistas, defensores dos direitos humanos e opositores políticos foram espionados com Pegasus.
A matéria também aponta que em 2011 o México foi o primeiro país do mundo a comprar o sistema Pegasus da empresa NSO, se tornando a nação que mais utilizou e spyware no planeta.
De acordo com a investigação do jornal, a compra do Pegasus foi concluída em um clube de strip-tease na Cidade do México em março de 2011 e uma apresentação do funcionamento do sistema foi feita ao então secretário de Defesa, Guillermo Galván, e ao próprio ex-presidente Felipe Calderón.
O Pegasus é um spyware que permite acessar em tempo real todas as informações dos dispositivos infectados, incluindo imagens de suas câmeras, microfones, mensagens de texto, chats e outros.
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