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Saliva do mosquito pode enfraquecer a defesa do corpo contra dengue, diz estudo

© AP Photo / Felipe DanaMosquito Aedes aegypti, vetor do vírus da dengue, fotografado através de microscópio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus da dengue, fotografado através de microscópio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - Sputnik Brasil, 1920, 11.04.2023
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Contrair dengue começa com a pessoa sendo mordida por um mosquito Aedes infectado. Mas sua saliva também desempenha um papel fundamental, descobriu um estudo.
Não só atua como um anestésico, que esconde a sensação de ser mordido, como a saliva dos mosquitos portadores de dengue também contém uma proteína que suprime o sistema imunológico humano.
sso torna as vítimas mais suscetíveis à febre hemorrágica, que afetou 1.016 pessoas no Brasil em 2022, segundo os dados do Ministério da Saúde, algo nunca visto desde a década de 1980.
O doutor Mariano A. Garcia-Blanco, investigador principal do estudo, disse que a descoberta poderia ajudar a explicar por que a doença é tão facilmente transmitida e apontar maneiras de prevenir a infecção.
"É notável quão inteligentes são esses vírus – eles subvertem a biologia do mosquito para reduzir nossas respostas imunológicas para que a infecção se possa manter", acrescentou.
"Não há nenhuma dúvida em minha mente que uma melhor compreensão da biologia fundamental da transmissão conduzirá posteriormente a medidas eficazes do bloqueio da transmissão."
O dr. Garcia-Blanco espera que substâncias similares de amortecimento imunológico sejam encontradas em outras infecções transmitidas por mosquitos, como zika, Nilo Ocidental e febre amarela.
"As moléculas específicas aqui são improváveis de aplicar à malária, mas o conceito é generalizável às infecções virais."
O estudo, financiado pela Agência para a Ciência, Tecnologia e Pesquisa e pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde de Cingapura, foi publicado na revista científica Plos Pathogens em 30 de março.
Os cientistas envolvidos descobriram que a saliva dos mosquitos infectados continha não apenas o vírus da dengue esperado, mas também moléculas conhecidas como ARN subgenômico flaviviral.
Armazenadas em bolhas minúsculas dentro da saliva, foi descoberto que estas moléculas são especificamente responsáveis por suprimir o sistema imunitário dos anfitriões.
"Introduzindo este ARN no local de mordida, a saliva contaminada com dengue prepara o terreno para uma infecção eficaz e dá ao vírus uma vantagem na primeira batalha entre ele e nossas defesas imunes", disseram os pesquisadores no artigo.

Tania Strilets, coautora do artigo, observou que "é incrível que o vírus possa sequestrar essas moléculas para que sua coentrega no local da picada do mosquito lhe dê uma vantagem em estabelecer uma infecção [...] Essas descobertas fornecem novas perspectivas sobre como podemos combater as infecções pelo vírus da dengue desde a primeira picada do mosquito".

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