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Marinha afunda porta-aviões São Paulo em águas brasileiras

© Folhapress / Antônio Gaudério O porta-aviões São Paulo, antes chamado Foch, chega à baía de Guanabara no Rio de Janeiro (RJ) (foto de arquivo)
 O porta-aviões São Paulo, antes chamado Foch, chega à baía de Guanabara no Rio de Janeiro (RJ) (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 04.02.2023
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Após meses de impasse, a Marinha do Brasil afundou, nesta sexta-feira (3), o porta-aviões São Paulo, o maior porta-aviões do Brasil. A embarcação de 266 metros de comprimento e 32,8 mil toneladas está à deriva no mar há quatro meses desde que foi barrado de entrar na Turquia por questões ambientais.

"O procedimento foi conduzido com as necessárias competência técnica e segurança pela Marinha do Brasil, a fim de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado brasileiro", informou a Marinha em nota.

A ação para afundar o porta-aviões, que leva consigo 9,6 toneladas de amianto em suas paredes, foi realizada com explosivos de maneira controlada, a 350 km da costa brasileira e em um local onde a profundidade chega aos 5 mil metros.
O afundamento do navio foi alvo de questionamentos do Ministério Público Federal e de autoridades ambientais brasileiras em razão quantidade de amianto. O amianto é uma fibra natural que, apesar das várias aplicações industriais, é bastante prejudicial à saúde humana e teve seu uso banido em diversos países.
Exatamente por apresentar grande risco ambiental que o porta-aviões foi negado pela Turquia para entrar em seu território, tendo também sido barrado pelo governo britânico antes mesmo da decisão turca, quando a embarcação passava pelo estreito de Gibraltar.
Em resposta aos questionamento sobre os riscos ambientais, a Marinha alegou que não foi possível encontrar outra solução além do afundamento em razão "da deterioração das condições de flutuabilidade do casco e da inevitabilidade de afundamento espontâneo/não controlado".
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Relembre o caso

O porta-aviões São Paulo da classe Clemenceau foi construído na França entre 1957 e 1960 e chama a atenção pelas suas dimensões: são 266 metros de comprimento e um peso de 32,8 mil toneladas. Em 2000, a embarcação foi adquirida pelo Brasil a um custo de US$ 12 milhões (cerca de R$ 62 milhões), e serviu à Marinha até 2014.
Com o passar do tempo, considerando o alto custo de manutenção e a evolução tecnológica no setor que hoje privilegia porta-aviões menores para operações com drones, a Marinha decidiu desativar a embarcação em 2017.
Em 2021, em um leilão realizado pela força, o estaleiro turco Sok Denizcilik Tic o comprou e no dia 4 de agosto do ano passado a embarcação saiu do Brasil rumo à Turquia. Ao zarpar do território brasileiro, uma liminar da Justiça tentou impedir sua saída, alegando que o porta-aviões não foi leiloado com transparência, mas mesmo assim o navio seguiu seu rumo.
Durante a viagem, com a forte pressão internacional pelo seu alto grau de risco ambiental, sendo até monitarado pelo Greenpeace, o porta-aviões foi barrado pelo governo britânico e turco de continuar sua jornada.
Ao voltar para o Brasil, nenhum porto o quis receber pelos mesmos motivos e o estaleiro turco acabou o abandonando. Há três semanas atrás, após quatro meses vagando pelo mar, a Marinha tomou o controle da embarcação e planeja afundá-la para acabar com a saga do porta-aviões que, um dia, foi o maior do Brasil e hoje é uma grande sucata.
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