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'Vivemos um conjunto de crimes de abolição do Estado de direito', diz ministro da Justiça

© FolhapressFlávio Dino durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em 19 de dezembro de 2022
Flávio Dino durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em 19 de dezembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 09.01.2023
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O ministro da Justiça, Flávio Dino, fez um balanço sobre os atos de vandalismo ocorridos ontem (8) em Brasília, quando os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto foram invadidos por milhares de bolsonaristas.
Dino anunciou um reforço de 500 homens da Força Nacional de outros estados do país, que irão a Brasília para reforçar a segurança da capital federal.
Ele acrescentou que processos administrativos serão instaurados em relação aos agentes públicos e servidores que facilitaram aos bolsonaristas as invasões dos palácios (caso de policiais militares que abriram espaço para o motim no Congresso Nacional, conforme imagens divulgadas pela emissora GloboNews).

"Os golpistas estavam visando um golpe de Estado. É importante dizer isso. [...] Vivemos [ontem] um conjunto de crimes de abolição do Estado democrático de direito", afirmou. "Não obtiveram êxito. Isso foi debelado, isso foi vencido, e acreditamos que o pior já passou. [...] Vivemos um momento muito difícil ontem, um estresse inédito do Estado democrático de direito. Mas isso passou. Se há algum saldo disso, é a defesa do Estado e da Constituição. O extremismo foi derrotado mais uma vez. [...] E Deus abençoou o Brasil. Porque ontem não teve nenhum morto. Vivemos ontem o Capitólio brasileiro, com duas diferenças: não houve mortos e temos muito mais presos [no dia seguinte aos ataques]."

Ian Krager com o gabinete do presidente da Câmara dos Representantes dos EUA monta quatro bandeiras no palco antes de uma cerimônia da Medalha de Ouro do Congresso em homenagem à Polícia do Capitólio dos EUA, Washington, DC, Polícia Metropolitana e outros que protegeram o Capitólio dos EUA durante o 6 de janeiro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 23.12.2022
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Ele exemplificou que entre os crimes há o de associação criminosa e o de lesão corporal (inclusive contra jornalistas que trabalhavam na cobertura dos atos e que foram agredidos), ou seja, "múltiplas responsabilidades", com base no "artigo 29 do Código Penal".

"A Polícia Federal realizou a apreensão de 40 ônibus. Em um deles havia inclusive armas de fogo, o que demonstra preparação para atos de violência", declarou, acrescentando que alguns dos veículos já estavam deixando Brasília.

O ministro informou que ontem (8) 209 pessoas foram presas em flagrante.
Hoje (9), após a desmobilização dos acampamentos bolsonaristas em frente à sede do Exército, mais 1.200 pessoas foram presas e estão sendo ouvidas. Elas foram acomodadas na academia da Polícia Federal e estão sendo ouvidas por 50 equipes de policiais e investigadores.
Segundo o ministro, por volta de 1.500 pessoas foram presas até o momento.
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Dino disse que já há uma lista de contratantes das empresas de ônibus que se deslocaram de outras partes do Brasil para o Distrito Federal e que essas pessoas serão ouvidas em sede policial.
O objetivo é chegar aos financiadores dos atos de vandalismo de ontem (8), quando os edifícios federais foram destruídos.

"Estamos lidando com isso desde antes da posse presidencial. Nunca minimizamos e sempre agimos. Tanto que há pessoas presas, inclusive financiadores. É a prova cabal de que nós sempre agimos desde os eventos de 12 de dezembro [quando bolsonaristas atacaram Brasília na diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva, PT] e do 24 [de dezembro, quando um bolsonarista colocou uma bomba no Aeroporto de Brasília]. Não estamos vivendo uma situação de normalidade institucional, porque foram inoculados valores exóticos [em relação à democracia]. Estamos agindo desde a posse contra o terrorismo."

Obras de arte foram danificadas ou furtadas, e armas da segurança de Lula foram roubadas de uma sala ao lado do gabinete presidencial, que só não foi invadido porque a porta tem uma blindagem especial, o que impediu sua vandalização. Jornalistas que cobriam o motim também tiveram seus equipamentos de trabalho roubados pelos bolsonaristas.
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Dino elogiou o ministro da Defesa, José Múcio, que vem sendo alvo de pedidos de demissão nas redes sociais.

"Prefiro acreditar que o ministro Múcio fez o máximo que pôde, com lealdade e dignidade. É preciso notar que as Forças Armadas ficaram ao lado da legalidade democrática. Tenho solidariedade ao ministro Múcio, o que não significa que concorde com todas as opiniões dele. Mas não pode ser posta em dúvida a sinceridade, a lealdade e a correção dele", defendeu.

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