França aposta em acordos bilionários em parceria estratégica com Índia e Emirados Árabes, diz mídia

© AP Photo / Yorgos KarahalisUm caça Rafale da Força Aérea Francesa se apresenta durante um show aéreo na base aérea de Tanagra, ao norte de Atenas, Grécia, 18 de setembro de 2022
Um caça Rafale da Força Aérea Francesa se apresenta durante um show aéreo na base aérea de Tanagra, ao norte de Atenas, Grécia, 18 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 04.10.2022
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A França já vendeu caças Rafale para a Índia e os Emirados Árabes Unidos (EAU), mas propôs um programa conjunto para a construção da aeronave sob sua nova parceria trilateral, diz South China Morning Post (SCMP).
A França deve poder receber, em breve, bilhões de dólares em encomendas de sua nova parceria estratégica trilateral com a Índia e os EAU, afirmaram analistas ao SCMP.
De acordo com a mídia asiática, a parceria de três vias entre os aliados de longa data, lançada em uma reunião de seus ministros das Relações Exteriores em Nova York no dia 20 de setembro, visa aumentar a segurança marítima, economia azul — voltada para a exploração, preservação e regeneração do ambiente marinho — e conectividade regional, além de segurança alimentar e energética no oceano Índico.
Em meio à pressão diplomática dos EUA para conter os avanços da China, a França, Índia e EAU acabaram unindo esforços para preservar sua "autonomia estratégica".
"Essas potências médias querem manter seu próprio espaço estratégico para manobrar em meio à competição acirrada entre grandes potências", disse o professor de relações internacionais do King's College de Londres Harsh V. Pant.
"Eles estão relutantes em fazer parte de qualquer bloco, então fortalecer os laços entre si é uma boa opção para manter sua autonomia estratégica", acrescentou.
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A França já vendeu um grande número de caças multifuncionais Rafale avançados para a Índia e os EAU. Desta forma, acabou sugerindo a formação de um programa conjunto para o desenvolvimento do avião de guerra sob sua nova parceria trilateral, informou o jornal Economic Times da Índia.
Analistas disseram que a parceria trilateral segue o persistente sentimento de traição da França por ter sido privada sem cerimônia, em setembro de 2021, de um acordo de € 35 bilhões (cerca de R$ 180,7 bilhões) para fornecer submarinos à Austrália. O acordo acabou indo para os EUA e o Reino Unido como parte da aliança trilateral — Reino Unido, EUA e Austrália — AUKUS.
Segundo o SCMP, o presidente francês Emmanuel Macron acabou se sentindo compelido a fazer concessões repentinas sobre a venda paralisada de Rafales aos EAU, levando à assinatura surpresa de um contrato de € 17 bilhões (aproximadamente R$ 87,8 bilhões) para 80 desses caças, em dezembro de 2021.
Dias depois, os EAU congelaram as negociações para comprar os caças furtivos F-35 dos Estados Unidos, em meio a tensões diplomáticas decorrentes, em parte, da pressão norte-americana sobre Abu Dhabi para reduzir seu relacionamento com a China, seu segundo maior parceiro comercial depois da Índia.
A Índia está avaliando o Rafale da Dassault Aviation, a variante F-21 do F-16 da Lockheed Martin e o Saab JAS 39 Gripen da Suécia para um contrato de 36 caças que aumentaria o tamanho de sua Força Aérea para 35 esquadrões.
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