Panorama internacional

EUA são pressionados a reagir enquanto Irã obtém 'mapa da defesa' de Israel, diz diplomata à Sputnik

À Sputnik, o diplomata Marco Carnelos afirma que os Estados Unidos buscam o difícil equilíbrio entre evitar uma escalada no Oriente Médio e seu "compromisso férreo" com Israel. Em paralelo, ataques do fim de semana forneceram a Teerã um mapa das capacidades militares de Tel Aviv.
Sputnik
O Irã lançou um ataque massivo contra Israel no último sábado (13), em resposta ao ataque israelense ao consulado iraniano em Damasco, perpetrado no dia 1º de abril. A reação do Irã ao ataque ao consulado era aguardada há dias, e agora a expectativa gira em torno da resposta de Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou "ferir" o Irã, enquanto o presidente dos EUA, Joe Biden, teria dito que Tel Aviv não terá o apoio de Washington em uma contraofensiva.
O gabinete de guerra de Israel, que se reuniu logo após o ataque iraniano, ainda não chegou a um consenso sobre a resposta a Teerã. Segundo veiculou o jornal The Times of Israel, a pressão de Washington complicou o planejamento do gabinete em torno da resposta.
Ademais, segundo veiculado na mídia americana, em conversa com Netanyahu, Biden afirmou que a defesa coordenada do espaço aéreo israelense junto com o Reino Unido, a França e a Jordânia foi uma "vitória" e prometeu a Tel Aviv um "compromisso férreo" dos Estados Unidos na defesa de Israel.
Porém, o presidente americano não apoia uma contraofensiva israelense, conforme informou no domingo (14) o porta-voz da Casa Branca, John Kirby. Em coletiva, ele afirmou que "os EUA não buscam uma guerra mais ampla na região".
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Comentando o assunto à Sputnik, Marco Carnelos, diplomata italiano veterano e antigo conselheiro para o Oriente Médio dos primeiros-ministros Romano Prodi e Silvio Berlusconi, afirmou que "os Estados Unidos estão sempre em uma situação complicada, e na maioria das vezes criada por eles mesmos".

"A administração Biden continuará a buscar um equilíbrio bastante difícil entre a necessidade de evitar uma escalada e o seu compromisso férreo com a segurança de Israel, o que em alguns casos é uma contradição em termos", explicou o diplomata.

"Está se tornando uma questão cada vez mais difícil de enquadrar, em especial em um ano eleitoral difícil e altamente polarizado. Os EUA precisam ganhar tempo, até novembro, mas qual garantia temos de que os outros atores envolvidos estão interessados ​​em vender algum tempo a Washington?", acrescentou.
Paralelo a isso, Carnelos aponta que "a bola agora está com Israel", no que diz respeito à resposta ao ataque iraniano.
"O Irã não tem mais medidas a considerar; pode esperar para ver, embora possa preparar os seus planos de contingência", diz Carnelos.
Ele acrescentou que os ataques do último fim de semana deram a Teerã "um mapa completo das capacidades de defesa de Israel".

"Isso significa que, da próxima vez, se Israel responder com força [ao Irã], apesar dos alertas para não fazer isso, outro ataque [iraniano] não poderia ser amplamente pré-anunciado como foi dessa vez e, acima de tudo, poderia ser realizado com modalidades muito mais letais e precisas", alertou Carnelos.

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