Panorama internacional

Especialista: UE 'não tem como' substituir financiamento dos EUA à Ucrânia sem prejudicar economia

Na quarta-feira (20), o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, visitou a Ucrânia, dizendo estar confiante de que os EUA vão aprovar os cerca de US$ 61 bilhões em ajuda à Ucrânia, parados no Congresso desde outubro, enfatizando que não há necessidade de "falar hoje sobre plano B".
Sputnik
A União Europeia (UE) já iniciou planos de contingência para garantir ajuda militar à Ucrânia. Na terça-feira (19), o chefe da política externa da UE, Josep Borrell, propôs um plano para enviar os juros acumulados sobre ativos russos congelados para a Ucrânia, estimando que isso pudesse fornecer ao regime de Kiev cerca de € 3 bilhões (aproximadamente R$ 16,1 bilhões) por ano, muito longe dos cerca de US$ 113 bilhões (cerca de R$ 562,3 bilhões) que os EUA têm desde o início da operação militar especial.
"A única forma de a Europa poder compensar [a falta de ajuda dos EUA à Ucrânia] necessária para apoiar o regime de Kiev é roubar todos os ativos congelados da Rússia, possivelmente afundando o euro e destruindo a reputação da UE como um lugar respeitável para armazenar reservas monetárias para transações", disse Mark Sleboda, especialista em segurança e relações internacionais, à Sputnik na quinta-feira (21). "E eles são muito relutantes em fazer isso, especialmente a Bélgica e a Suíça, onde está armazenada a maior parte dos ativos congelados da Rússia, no valor de cerca de US$ 200 bilhões [cerca de R$ 995,2 bilhões]."
Fora dessa "opção nuclear", Sleboda disse que o único outro caminho para a Europa colocaria "um dreno muito mais severo" nos seus orçamentos e economias nacionais.
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"A menos que todos os europeus estejam dispostos a renunciar aos seus benefícios sociais e outras vantagens na [qualidade de] vida na União Europeia a que se habituaram, para apoiar este regime em Kiev, simplesmente não há forma", explicou Sleboda, observando que os recentes € 50 bilhões (aproximadamente R$ 269 bilhões) em pacote de ajuda aprovado pela UE está distribuído por quatro anos.
Sobre o plano de enviar os juros acumulados sobre os ativos congelados da Rússia para a Ucrânia, que a Rússia descreve como "roubo", Sleboda disse duvidar da justificativa legal de Borrell. "Eles basicamente agitaram uma varinha mágica e disseram 'é legal'", disse.
"Você sempre pode encontrar um advogado [que defenda, mas] 100 dos advogados mais respeitáveis podem dizer que 'isso é contra o direito internacional, isso é contra todos os princípios do capitalismo que alguma vez construímos em Bretton Woods', mas há sempre um tipo que [se você] disser 'ei, se dermos a você US$ 10 [R$ 49,76], você dirá que isso é legal?', 'É legal.'"
A Rússia, argumentou Sleboda, está "no comando" do conflito. "O seu complexo militar-industrial está produzindo [o equivalente] a toda a OTAN reunida nos principais tipos de munições [...]. O regime de Kiev também está sofrendo enormes perdas de mão de obra neste momento em que eles não parecem ser capazes de substituir, e depois o problema econômico. O dinheiro de que necessitam para apoiar o governo, muito menos os militares, porque – economicamente – o regime neste momento também depende inteiramente do dinheiro dos Estados-membros da OTAN", concluiu.
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