Panorama internacional

Faixa de Gaza: após pressão internacional, Netanyahu diz que ação militar em Rafah não será imediata

Em meio às críticas até do principal aliado na guerra contra o Hamas, os Estados Unidos, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira (20) que os preparativos para iniciar uma operação militar terrestre na cidade palestina de Rafah "levarão algum tempo".
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Por conta dos bombardeios que ficaram concentrados na região norte do enclave nos últimos cinco meses, mais de um milhão de palestinos foram obrigados a se deslocar para a localidade, que fica ao sul de Gaza. "Enquanto nos preparamos para entrar em Rafah, o que levará algum tempo, continuamos a operar com toda a nossa força", destacou Netanyahu.
O primeiro-ministro acrescentou que continuam a operar "em Khan Yunis, nos acampamentos do centro, eliminando e capturando altos funcionários do Hamas, como acabamos de fazer em Shifa, e eliminando centenas de terroristas".
Apesar disso, há relatos de intensos bombardeios já registrados na região, que também é a porta de entrada para a ajuda humanitária. Em toda a Faixa de Gaza, mais da metade da população vive em drástica situação de fome, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que ainda acusou Israel de usar essa vulnerabilidade como arma de guerra.
Netanyahu ainda comentou sobre a recente conversa com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a quem deixou claro que "é impossível alcançar a vitória sem que as Forças de Defesa de Israel (FDI) entrem em Rafah para eliminar os remanescentes dos batalhões do Hamas".
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O primeiro-ministro israelense acrescentou que deu o aval ao plano de operações das FDI na cidade palestina de Rafah e ressaltou que, em breve, também será aprovado o plano para evacuar a população civil das áreas de combate.
Netanyahu disse que Biden "pediu para apresentar as propostas de seu lado no campo humanitário e também sobre outros assuntos". E acrescentou: "Houve momentos em que concordamos com nossos amigos e houve momentos em que não concordamos com eles. No final, sempre fizemos o que é vital para a nossa segurança, e é isso o que faremos também desta vez."
Há dois dias, o primeiro-ministro israelense alertou durante uma reunião do conselho de ministros que a operação em Rafah será realizada em algumas semanas.

O que ocorre na Faixa de Gaza?

Em 7 de outubro do ano passado, o Hamas realizou um ataque sem precedentes contra o território israelense, quando mais de 1,1 mil pessoas morreram e outras 5,5 mil ficaram feridas, além de 253 reféns. Até o momento, pelo menos 100 já foram libertadas.
Em retaliação, Israel declarou guerra ao Hamas e iniciou bombardeios em Gaza, além de impor um bloqueio total ao enclave palestino, cortando o fornecimento de água, alimentos, medicamentos, eletricidade e combustível. Com isso, o enclave, que é uma das regiões mais densamente povoadas do planeta, com quase 2,3 milhões de habitantes, vive uma das mais graves crises humanitárias da história do Oriente Médio.
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Além disso, quase 32 mil pessoas já morreram na Faixa de Gaza por conta do conflito e 74 mil ficaram feridas. Rússia e outros países como o Brasil instam Israel e o Hamas a acordarem um cessar-fogo e defendem uma solução de dois Estados, aprovada pela ONU em 1947, como a única maneira possível de alcançar uma paz duradoura na região.
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